sábado, 8 de março de 2008

A lua que te dou

Agora que nosso poente chegou
Te deixo a lua, uma linda e imensa lua cheia
Nela refletidos estão os meus traços
Para que nas horas incertas,
A luz de meus olhos clareie suas noites sem fim.

Te deixo a lua, pois estou de luto por ti.
Um luto há muito anunciado.

E vagueio a procura de meu caminho nessa noite sem sol.
Pois a luz do seu olhar já não anda por aqui
para meus passos poder iluminhar.
Agora, estou de luto por ti.

Te deixo a lua e nela refletidos meus traços.
Tudo, de tão intenso, não haverá esquecimento.
De tão partilhado, não será alterado.
De tão encantado, a nada será comparado.

Te deixo a lua, e estou de luto por ti.
E para te esquecer, terei de te arrancar de dentro de mim
Sem clemência, vis-ce-ral-men-te.
Da mesma forma que prenha de tua alma um dia fiquei .

E com o sopro de tua essência, em tua obra-prima me transformei.
E minha boca tinha gosto de chuva
E me guiava pela luz das estrelas .
E as noites, ah as noites... eram ensolaradas e os dias enluarados.

Estou de luto por ti, até que essa dor para sempre se vá.
Mas lhe deixo a lua e um certo perfume de orquídeas no ar.


Karla Julia

Marcadores:

0 Comentários:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial