sábado, 29 de agosto de 2009

40°


Sempre estive com ele
Como se fizesse parte de cada célula de seu corpo
Como se precisasse de seus pés para prosseguir
Como se nossos pólos gerassem a energia que me movia

Sempre estive com ele
Se dele me separasse agora, um buraco negro no meu céu se abriria
vinte buracos negros no meu céu se abririam
Não haveria mais poesia, nem estrelas, nem constelação

Apenas um carpido agudo, som vindo dos confins de um universo indiferente
Escreveria apenas um poema-réquiem e ...fecharia a janela
E minha alma à noitinha uivaria de dor e de saudade...

Sozinha
Perdida
Sem sua companhia

Que é meu pão de cada dia
e que me livra de todo mal,
Sob um céu invernal de 40°.

Karla Julia

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