segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Rhomedes- Diretamente de Santiago do Chile-



Por iniciativa do Governo equatoriano, a Unesco elevou em 2012 à categoria de Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade o célebre “Chapéu Panamá”, desfazendo definitivamente um equívoco histórico. Quando os conquistadores espanhóis chegaram à costa equatoriana registraram nativos usando chapéus de palha muito fina e bem trabalhada que cobriam suas orelhas e pescoços. Esses chapéus pareciam toucas, como as utilizadas pelas freiras ou pelas viúvas na Europa, e foram então chamados “Toquillas” e a palha, com a qual eram e são até hoje feitos, de “Paja Toquilla”, cientificamente chamada de Cardulovica palmata e cultivada principalmente nas partes montanhosas da Costa e do Oriente equatorianos. Segundo os registros hoje reconhecidos pela Unesco, esse chapéu conseguiu seu nome simbólico quando Thomas Woodrow Wilson participou da inauguração do Canal do Panamá em 10 de outubro de 1913 e recebeu como presente um chapéu de palha equatoriano. Sem saber sua verdadeira procedência, agradeceu o presente referindo-se a ele como “Panama-Hat”. A partir daí, milhares de exemplares foram exportados para os Estados Unidos e Europa através do país centro-americano, gerando a confusão centenária que se desfaz pela iniciativa da Unesco. Churchill, Vargas e Santos Dumont, entre outros, notabilizaram o seu uso e assim ficou conhecido e identificado mundialmente esse verdadeiro patrimônio cultural, cujos segredos de fabricação, totalmente artesanal, são passados de geração em geração.


Silvio Rhomedes
 

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