segunda-feira, 16 de setembro de 2019

POESIA

              MENSAGEM

Às vezes, a saudade é tanta que desço aos infernos
lá chegando, perco aromas e cores
faço pedidos a Perséfone,
que também espera como eu.

Náufraga em terra firme
as chamas que outrora ardiam
agora me frequentam.
Queimo em labaredas frias.

Perséfone não me ouve
subo aos céus desesperada
meus olhos se elevam até o mais alto dos Montes.

Imploro a Zeus que te traga de volta
pelos anos que juntos passamos
e por este eclipse que lhes deu fim.

Exilada nesse Olimpo de deuses que não me escutam
minha alma é perfurada por buracos negros de saudades.

Quisera falar sem segundas
só primeiras intenções
Quisera te chamar
nessas noites desestreladas.

Mas a lua de vermelho matizada
é um convite para uma outra pegada.

              Karla Julia
         

Tela: " Proserpina" , de Dante Rossetti, Tate

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