domingo, 26 de outubro de 2014

O poeta do cotidiano


JACQUES PRÉVERT



O poeta do cotidiano, das coisas simples e marcantes da vida: do amor, da infância ,da solidão e da liberdade.
Mas também o poeta que viu a guerra com todo seu circo de horrores passar e deixar suas marcas definitivas
nos corações de seus contemporaneos. Escreveu vários poemas contra a hipocrisia burguesa, a escola e a religiões como instituições
tradicionais.


DÉJEUNER DU MATIN 


clica no título do poema,
vai, e assista ao clipe do poema





Il a mis le café
Dans la tasse
Il a mis le lait
Dans la tasse de café
Il a mis le sucre
Dans le café au lait
Avec la petite cuiller
Il a tourné
Il a bu le café au lait
Et il a reposé la tasse
Sans me parler
Il a allumé
Une cirarrette
Il a fait des ronds
Avec la fumée
Il a mis les cendres
Dans le cendrier
Sans me parler
Sans me regarder
Il s’est levé
Il a mis
Son chapeau sur sa tête
Il a mis
Son manteau de pluie
Parce qu’il pleuvait
Et il est parti
Sous la pluie
Sans une parole
Sans me regarder
Et moi j’ai pris
Ma tête dans ma main
Et j’ai pleuré

Jacques Prévert

CAFÉ DA MANHÃ
Jacques Prévert

Pôs café
na xícara
Pôs leite
na xícara com café
Pôs açúcar
no café com leite
Com a colherzinha
mexeu
Bebeu o café com leite
E pôs a xícara no pires
Sem me falar
acendeu
um cigarro
Fez círculos
com a fumaça
Pôs as cinzas
no cinzeiro
Sem me falar
Sem me olhar
Levantou-se
Pôs
o chapéu na cabeça
Vestiu
a capa de chuva
porque chovia
E saiu
debaixo da chuva
Sem uma palavra
Sem me olhar
E eu,
Eu pus minha cabeça entre as mãos
e chorei. 

Tradução: Karla Julia

Marcadores: , , ,