quarta-feira, 15 de julho de 2015

RIQUEZA BASCA CULTIVADA NOS TRÓPICOS


                             Riqueza Basca Cultivada nos trópicos
                                                                                   
                                                                                       

          Eu não a conhecia, confesso. Surgida na França e tradicional na Espanha, nem sabia que, além do Uruguai, da Argentina e do Chile, o Brasil também a produz com sucesso nas Américas.
Com um nome que até parece de origem indígena, trata-se de uma casta basca (da fronteira francesa e espanhola) denominada ARINARNOA, da qual se produz um vinho dito luminoso, somatório de ARIN (agradável) e ARNO (vinho). Inicialmente pensou-se ser cruzamento da Merlot com a Petit Verdot, mas recentes estudos de DNA a identificam como o cruzamento entre a Tannat e a Cabernet Sauvignon. Em princípio duas uvas que se deram muito bem no sudoeste francês que, digamos, não é muito forte em termos de viticultura, principalmente se a compararmos com outras regiões francesas mais afamadas.
         Este cruzamento nos trouxe uma variedade com taninos firmes e aromas vegetais. Não tão rústicos como os da Tannat e algo herbáceo vindo da Cabernet Sauvignon. Com força para evitar doenças e fungos, como as castas que lhe deram origem. Gosta de invernos rigorosos e verões ensolarados, típico do clima da região da Campanha Gaúcha.
Particularmente na Banda Oriental do Rio da Prata, existem hoje menos de 30 hectares a ela dedicados. Buscando diversificar os vinhedos, há alguns anos, a Família Giménez Méndez, dedicada à produção de vinhos finos, buscou uma nova uva tinta com boa aptidão para o clima local. A casta não tinha antecedentes no país e logo se tornou muito apreciada pelo setor da gastronomia. Iniciou-se então a saga uruguaia na produção de um vinho robusto e viril, de cor vermelho-púrpura com reflexos violáceos e aroma generoso de frutas negras, que se expressa com força na boca, com taninos maduros muito perceptíveis que pedem a companhia de uma carne vermelha, um bom cordeiro ou uma 'parrilla surtida'.
          ARINARNOA: vale a pena prová-la.

                                   
                          Silvio Assumpção

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