sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Johnny

Once Upon a Time in Mexico,
Um Cavaleiro sem Cabeça
Saiu em Busca da Terra do Nunca
Conheceu, entre os Piratas do Caribe,
Uma Noiva Cadáver
E Antes do Anoitecer
Nosso Ed Wood virou também
Um Dead Man!!!
Sentindo-se Don Juan DeMarco,
Tornou-se então um Libertino
E através de uma Janela Secreta,
Mirava com seu olhar Deep e profundo,
A Fantástica Fábrica de Chocolate...
Foi então que através de um Portal Secreto,
Com suas Mãos de Tesoura
Ardendo de Medo e Delírio
Deixou Absolutamente Los Angeles
Onde sentia-se Queimando-se Lentamente
E nessa Profissão de Risco,
Em terras francesas aportou,
Sua Noiva Cadáver abandonou.
Não estava mais Lost in la Mancha.
Bravo, Johnny Brasco!

Karla Julia






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terça-feira, 22 de setembro de 2015

Vem, estão chegando as flores...

Primavera

I

Banho-me orquídeas
Néctar de flores
Vestida de seda
Alinhavo um poema cor violeta.

E o desejo arfando em meus Campos...



poema, arranjo floral e foto

Karla Julia

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Noite Estrelada

                                       


Em homenagem ao 125 anos da morte do pintor Van Gogh, foi construída na cidade de Eindhoven, localizada ao sul de Amsterdã, na Holanda, uma ciclovia que à noite fica iluminada, inspirada em seu quadro "Noite Estrelada".
                             Karla Julia  


                                         
                         
           

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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

DICA DE LIVRO : " UM BRINDE A ISSO " de Betty Halbreich



  De início pensei que nunca iria gostar de um livro sobre a vida da personal shopper da Bergdorg Goodman, Betty Halbreich.

Mas a medida em que ia me aprofundando na leitura, não conseguia parar de prestar atenção na trajetória dessa mulher, que nascida em berço esplêndido, deixou seu papel de consumidora voraz e passou a fazer parte das que ficam "do outro lado do balcão". E hoje já comemora 38 anos de trabalho na mesma casa.

" Envelhecer pode ser assustador se você deixar isso virar uma obsessão .Assim que viro a chave na fechadura  da porta da minha sala,estou viva e pronta para  começar a luta do dia. "

                             

" Mãos e cérebros ociosos são a receita para a infelicidade. Sei disso muito bem. Exorciza-se o mal pegando no pesado.Nem tudo tem que estar ao alcance da mão nem deve ser facil, senão a vida pararia."

" Mais do que ninca, as mulheres vinham até mim mais preocupadas com os nomes das marcas do que se a roupa caía bem no traseiro.Não queria que elas gostassem de um conjunto porque era Dior, mas porque tinha - lhe caído bem.Sempre que uma cliente implorava para saber " De onde é?", eu eu queria gritar " É daí?".
                                 
Uma trajetória glamourosa, às vezes, outras, mas também que a levou ao fundo do poço de onde ela submergiu, mostrando a si mesma que o trabalho é uma arma poderosa.

                                 

Karla Julia

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AS MELHORES LOJAS DE VINHO DO MUNDO

Sabe-se, em princípio, que essa lista foi criada e divulgada há algum tempo pela revista chilena LA CAV com a participação dos principais executivos das vinícolas tradicionais do país andino, tendo por base o destino de suas exportações e o conhecimento de aficionados locais. Por certo, o enfoque mostrou-se perfeitamente mutável, considerando o aumento da produção e do consumo internacional da bebida, gerando a cada dia novos e diversificados focos promocionais ao encontro dos interesses do mercado.  Desde a publicação original, com dez lojas, foram incluídas outras duas, por merecimento próprio. A ordem inicial, entre elas, indicaria certa importância decrescente, mas as diversas versões que se sucederam parecem não mais vincular-se aos mesmos critérios. Todas as lojas, atualmente, estariam no mesmo patamar de prestígio. De qualquer forma, tendo por base a antiguidade, a tradição e a consagração pública dos estabelecimentos, esse elenco das melhores adegas comerciais do mundo continua vigente e recomendado por uma grande maioria de especialistas. Nela se inclui o gastronomista Roberto Hirth, diretor da Open House Rio, de cujos acurados comentários me valho sem reservas. Como ele assinala, o passeio pelos sites, por si só, já é um deleite. Alguns têm quase um bouquet próprio...

Le Clos - DUBAI - www.leclos.net
Em Dubai, Le Clos é visita obrigatória. Convenientemente instalada no Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Dubai, a loja é administrada pelo Grupo Emirates que, para variar, não economizou para garantir um estoque com uma respeitável seleção dos 400 melhores e mais raros rótulos do mundo, incluindo safras de Petrus e Cheval Blanc, com preços de duty free. Pode-se sair de lá com uma garrafa de Petrus 1982 ou um Château Lafite Rothschild 1982 debaixo do braço, por um valor bem interessante. A equipe de atendentes fala 12 idiomas, inclusive o português, mas se o cliente não contar com tempo para passear pela loja e escolher, não tem problema. Eles oferecem um serviço que permite encomendar os vinhos no Brasil e recebê-los devidamente embalados no dia da chegada a Dubai, ou um dia antes da partida da cidade, no hall do aeroporto.
Dubai International Airport Terminal 3 - Dubai

Lavinia - PARIS - www.lavinia.fr
Paris é uma beleza, principalmente quando se entra na Lavinia para escolher entre 3.000 rótulos nacionais e 2.000 importados. Difícil não encontrar um preferido. A megastore de três andares é a maior loja de vinhos da Europa e fica perto da Place de La Madeleine, contando com um time de sommeliers para tirar dúvidas e recomendar experiências. Também há um wine-bar com vinhos servidos em taça, além de restaurante com pratos rápidos. Os proprietários, Thierry Servant e Pascal Chevrot, abriram filiais da Lavinia em Barcelona, Madri, Genebra e Kiev. Há quem não goste do seu estilo 'blockbuster' de vender vinhos, mas a Lavinia é um achado para promoções, safras mais em conta de vinhos top, vinhos exóticos, orgânicos, kosher, preciosidades francesas inexploradas e até vinhos de ótimo custo-benefício para um 'pic-nic' parisiense.
3, Blvd de la Madeleine - Paris

The Bacchus & Century - HONG KONG - www.bacchuscentury.hk
Imagine um lugar que oferece exemplares dos melhores rótulos de vinhos e champanhes produzidos na França entre 1900 e 2000, e tudo organizado em prateleiras fechadas, climatizadas, esperando o cliente para lhe oferecer "a experiência enófila da sua vida". Assim é a loja The Bacchus & Century, uma espécie de galeria de arte de vinhos, localizada em um cantinho sui generis em Hong Kong. Eric Liu, o proprietário, é um apaixonado por vinhos vintage icônicos e roda o mundo em busca de preciosidades. Suas gôndolas têm etiquetas com observações sobre cada rótulo. O negócio é tão sério que ele promove grandes aberturas, ou seja, quando um cliente compra um vinho muito especial, ele pode convidar um grupo reservadíssimo de amigos para abrir o vinho na loja e degustá-lo 'comme il faut'. Mas é só para quem pode mesmo usufruir, pois os preços estão à altura do luxo e da exclusividade.
Shop 3 G/F 32 Wyndham Street - Hong Kong

Peck – MILÃO - www.peck.it
Famosa como polo de moda e design, Milão guarda segredos, como toda  cidade italiana. Um deles é a Peck, uma das mais belas lojas de produtos alimentícios do mundo. Nas suas prateleiras, queijos regionais, temperos exóticos, massas secas, chás e cafés selecionados, azeites premium, frios, presuntos de Parma, conservas, trufas negras, foie gras, panetones, enfim, delícias para deixar qualquer gourmet muito feliz. Mas a sua fenomenal loja de vinhos do subsolo é a grande atração, com a presença de quase todos os grandes rótulos do mundo, dos lendários Petrus e Romanée-Conti aos grandes Barolos, Brunellos e Supertoscanos italianos. Do enófilo refinado ao simples curioso, ninguém deixa de se admirar.
Via Spadari, 9 – Milano

Ville du Vin - SÃO PAULO - www.villeduvin.com.br
A Ville du Vin, em Alphaville, foi eleita a 5ª melhor loja de vinhos do mundo. Além da infraestrutura e localização privilegiadas, a loja oferece grandes vinhos valorizados no cenário internacional, alguns deles exclusivos, como o espanhol Aalto e o italiano Poggio Al Lupo. Realmente, a Ville du Vin é uma das maiores lojas do gênero no Brasil, com cerca de 500 m² de área útil onde se espalham mais de 2.000 rótulos dos melhores produtores internacionais, e todos com bons preços. A equipe é experiente e presta atendimento personalizado, tanto para iniciantes quanto para enófilos. Na loja há um bistrô comandado pelo chef francês Alain Uzan que aposta na experiência enogastronômica, e o preço da garrafa não varia das prateleiras para as mesas do bistrô. Um verdadeiro templo para os amantes do vinho.
Ville du Vin – Alphaville - São Paulo

Berry Bros. & Rudd – LONDRES - www.bbr.com
By appointment to H.M. the Queen and the Prince of Wales... A Berry Bros. & Rudd, uma das lojas de vinhos mais antigas do mundo, foi aberta em 1698 na St. James Street, em Londres, onde continua até hoje sob a administração da mesma família. O segredo deste sucesso é que a loja soube manter as suas tradições centenárias, mas modernizou o seu jeito de fazer negócio. A Berry Bros. & Rudd é hoje uma das mais requisitadas lojas 'on demand' da internet, com mais de 2.200 vinhos nas suas prateleiras virtuais, com preços que variam entre 8 e 15 mil dólares. A loja também se dedica aos pequenos produtores, de modo que é possível encontrar por lá algumas raridades.

Le Choix des Vins - BUENOS AIRES -  www.lechoixdesvins.com
Buenos Aires tem mais de 1.300 bodegas, as lojas de vinhos argentinas. Isto porque os argentinos têm uma relação com o vinho parecida com a relação brasileira com a cerveja. Mas há uma loja entre as calles Cerrito e Libertad, na quadra do Patio Bullrich, a região dos hotéis de luxo no bairro La Recoleta, que tem se destacado pela qualidade de sua vinoteca. É difícil não encontrar no estoque da Le Choix des Vins algum dos melhores vinhos argentinos ou de qualquer outro país. Os rótulos foram cuidadosamente selecionados pela enófila e jornalista Fanny Polimeni, e os donos são irmãos que circulam pela loja, o que facilita na hora de obter alguma informação privilegiada, principalmente sobre os rótulos nacionais.
Calle Posadas, 1166 - Buenos Aires           

Arvi – LUGANO - www.arvi.ch 
Pode até parecer exagero, mas muitos enófilos consideram essa loja de Lugano o paraíso na terra. A Arvi está no mercado de vinhos há quase 200 anos e possui aqueles tesouros que dificilmente se encontram por aí. São vinhos icônicos, de safras excepcionais e das melhores regiões produtoras do mundo. Talvez por isso o seu slogan seja “The Swiss Bank of Fine and Rare Wines”. Exemplos? Vertical de Petrus (de 1945 a 2003), Château Mouton Rothschild (de 1945 a 2004), Château Latour (de 1945 a 2004) e o Château d’Yquem 1811 (o ano do cometa), o exemplar mais caro da loja (66 mil Euros).
Via Pedemonte di Sopra, 1 – Melano - Lugano

Vinos Yamazaki – Tóquio - www.v-yamazaki.jp
A Vinos Yamazaki é a maior loja de vinhos do Japão e foi aberta em 1913. A família especializou-se em visitar produtores ao redor do mundo, garimpar raridades e levar tudo diretamente para o Japão. Por isso seu estoque é respeitável. Nessa loja eles capricharam no design, aproximando-o do estilo moderno das lojas de Nova York. Além de prateleiras recheadas de preciosidades, há um bar agradável no fundo com cinco mesas para refeições harmonizadas, e com opções de vinhos em taça ou de garrafas com rótulos selecionados por um preço fechado. Qualquer um dos milhares de rótulos desta loja pode ser apreciado ali mesmo, no bar, acompanhado por seis tipos de queijos, patês, pato defumado e pastrami. Há também 200 tipos de sakê. Um lugar perfeito para fechar com chave de ouro uma tarde de compras ou começar uma noitada em Ginza ou Marunouchi.
Yurakucho 2-7-1, Yurakucho Itocia Plaza - Tokio

Sotheby’s Wine – NOVA YORK -  www.sothebyswine.com
Conhecida pelos leilões de objetos famosos, desde quadros de Van Gogh a manuscritos de Beethoven, a famosa Sotheby’s possui uma loja de vinhos no andar térreo da sua sede norte-americana, no Upper East Side em Manhattan. A loja, projetada pela designer de interiores Kuhlmann-Leavitt, segue o DNA Sotheby’s ao oferecer rótulos raros e de luxo, num estoque invejável e ilimitado. A seleção de vinhos colocados à venda segue os mesmos critérios da qualidade exigidos nos leilões, obedecendo a importância das vinícolas, safras e o estado de conservação. Mas não é uma loja proibitiva. Os preços começam em 20 dólares e chegam a 40 mil dólares a garrafa. Detalhe: a loja também vende pela internet e entrega no mundo inteiro.
1334, York Avenue com 72nd Street – New York

Monvínic – BARCELONA - www.monvinic.com/en
A Monvínic é uma loja de vinhos moderna bem no centro da cidade, na parte norte das Ramblas. Seu interior impressiona pelo design contemporâneo assinado por Alfons Tost. Logo na entrada, uma livraria temática permite fazer consultas. Mas o grande programa é sentar em uma de suas mesas. Em vez de menu, o atendente oferece um iPad, para consultar a extensa carta de vinhos classificados por região, variedades, produtores e safras, com mais de 60 opções de rótulos servidos em taças. No brinquedinho também consta o cardápio, com opções gastronômicas harmonizadas preparadas pelo chef catalão Sergi de Meia. Imagine-se saboreando um Lagostin à Moda Catalã com um belo exemplar da vinicultura espanhola. Se ficar em dúvida sobre qual das 3.000 garrafas de todas as partes do mundo, peça ajuda a um dos seis sommeliers de plantão.
Carrer de Diputació, 249 - Rambla Catalunya – Barcelona

El Mundo del Vino – SANTIAGO -  www.elmundodelvino.cl
El Mundo del Vino é hoje uma das lojas mais reconhecidas da América Latina, dedicada à melhor seleção de destilados, vinhos e espumantes,  tanto nacionais como estrangeiros, além de livros, guias de vinhos e uma excelente coleção de acessórios. Fundada em 1998 por sócios chilenos e franceses, a especialização destaca-se como pilar fundamental de sua rede de lojas. As relações comerciais se sustentam na singular formação técnica dos proprietários, bem como na completa capacitação e exigente profissionalismo das equipes de trabalho, que estabelecem relação quase personalizada com os clientes. Possui infraestrutura vanguardista que exalta a identidade das marcas, tudo supervisionado por Héctor Vergara, único Master Sommelier de Latinoamérica, fundador de escola dedicada a esta especialidade no Chile, com mais de 30 anos consagrados ao conhecimento do vinho e seus derivados. Serviço de excelência em todas as quatro lojas instaladas nos principais centros comerciais de Santiago
 Isidora Goyenechea, 3000 – El Golf – Santiago   
                                                              
                                                                       

                                 Silvio Assumpção

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Nada de novo no front do Rock depois do show do Queen


No meio do show do Rod Stewart as backing vocals assumiram.Ele não estava mais aguentado. Até tambor elas tocaram.
Cansativo. Com dancarinas, um verdadeira caravana brega no palco. Nada a ver.
É o mesmo show há vinte anos.
Quem dá conta do recado não precisa comprar a platéia com mimos, como bolas de futebol, vide seus conterrâneos Seal e Sir Elton John.

 A arte é a própria gratificação para quem sabe apreciá - la.
Como dizia  Leonardo da Vinci " A simplicidade é o último grau de sofisticação. "

Acho que ele serve bem para cantar em lugares fechados, no ar condicionado.
Ou então, aprenda com seus amigos do Queen, da sua idade, que durante duas horas tocaram freneticamente sem cessar e deram um show de classe, bom gosto, e muita, mas muita competência. Apenas 4 pessoas no palco. E o público nas suas mãos .

  É por essas e outras, Mr.Rod Stewart que a canção do Queen" Bohemian Rhapsody" foi a escolhida para o fechamento de todos os dias desse Rock in Rio 2015, durante a queima de fogos.
Não dá pra comparar!
Karla Julia







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domingo, 20 de setembro de 2015

God Save The Queen !

Simply the best!  
A canção da minha vida 

                                 

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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Pensamento do dia (corrigindo, da noite)

      "  Não existe meio mais seguro para fugir do mundo do que a arte, e não há forma mais segura de se unir a ele do que a arte."
                                                                                   
 
                                              Goethe

Da gastronomia, uma história sob novo prisma.

Na atualidade, para quem gosta ou se interessa por gastronomia, é bom levar em conta o que diz e escreve a espanhola Almudena Villegas Bicerril. Trata-se de uma consagrada historiadora, conferencista, diretora de escola de cozinha e autora de diversas obras sobre o assunto. Tornou-se membro da Real Academia de Gastronomia em 2009 e é também empresária, presidente da Garum Gourmet Group, uma firma de consultoria especializada na organização e desenvolvimento de serviços gastronômicos de última geração, com assessoramento integral que vai da oferta na fase de produção até a demanda do consumidor final. Um verdadeiro luxo, que encontra paralelo em muito poucos países.


Doña Almudena não é pessoa para se tentar definir com limites estritos. Sua própria figura atrai e desperta interesse, de sorriso franco, como um consagrado símbolo do bem viver. Suas papilas gustativas sabem mais de sabores, sobretudo da Ibéria ancestral, do que qualquer romano, árabe, judeu ou cristão juntos saberiam. Por suas investigações na matéria e seus manuais de cultura culinária já ganhou vários galardões nacionais e o célebre Prix Litteraire Gastronomique, concedido pela Academia Internacional que monitora o assunto.  
                                                 

Ela se define como uma romântica e sentimental, quando fala de cozinha e a associa aos tempos da infância, desde quando adquiriu olfato suficiente para traduzir prazer em conhecimento. Competência ou qualidade de especialista que Doña Almudena transplanta para os livros que escreve e para a empresa que dirige.

Para ela, comer é sempre uma festa. Isto está muito bem caracterizado no seu penúltimo livro, ‘Córdoba gastronómica: cocina, cultura, territorio’, uma luxuosa edição que situa os produtos típicos da Andaluzia numa categoria estética singular, a partir de ilustrações muito bem cuidadas e explicativas que aguçam o apetite.

E por que falo dela?  Porque sua erudição longamente adquirida e sua curiosidade intelectual permanente levaram-na a desenvolver uma tese muito curiosa, relacionada aos aportes de vários personagens históricos à gastronomia internacional. Segundo advoga, portanto, não apenas grandes cozinheiros foram os responsáveis por essa notável evolução que resultou no aperfeiçoamento de pratos e sua combinação com bebidas finas, mas também músicos, cientistas e, inclusive, políticos.

A respeito de todos eles é que versa o seu último e interessantíssimo livro: 
‘Grandes Maestros de la Historia de la Gastronomía’,  um vasto volume em que a especialista em nutrição resgata as biografias de personalidades as mais variadas que se destacaram no aprimoramento da culinária, ao longo dos séculos.

Na obra ela destaca, por exemplo, o caso de Moisés, patriarca do povo hebreu, que criou normativas pelas quais, desde aqueles tempos bíblicos até hoje no seio dos judeus, não se deve misturar carne com leite nem comer peixes com escamas. Fala também de Buda, o príncipe Sidarta Gautama, que introduziu entre seus seguidores, pela primeira vez, a alimentação vegetariana, como forma de purificação para o alcance do Nirvana.

Refere-se igualmente a Hipócrates, o grego conhecido não apenas por criar a medicina científica, mas também o conceito de saúde baseada numa alimentação saudável combinada com exercícios físicos. E destaca a curiosa contribuição pessoal do terceiro presidente norte-americano e um dos autores da Declaração de Independência, Thomas Jefferson, que introduziu vinhedos no seu país depois de viajar pela França e escreveu grande número de receitas até hoje em voga.
                                           


Almudena Villegas recorda ademais que algumas elaborações atuais com batatas (empadões com carne) são denominadas ‘a la Parmentier’, sobrenome de Antoine Agustin, considerado um verdadeiro cruzado do tubérculo no Século XVIII. Agrônomo e nutricionista francês, ele tornou-se célebre pela adaptação das ‘pommes de terre’ ao consumo humano, promovendo junto a Luis XVI a ideia de cultivá-las de forma regular nas hortas de Versailles como solução para a fome e a miséria que imperavam na França daquela época. Mesmo sem ser cozinheiro profissional, Parmentier idealizou receitas elaboradas com as humildes batatas, fazendo com que elas ascendessem a todas as mesas. Atuou também pela melhoria da qualidade do pão, por meio de escola de panificação que criou em Paris, numa época em que as ‘baguettes’ estavam longo do sucesso atual. São de sua autoria, inclusive, as cinco leis ou regras sobre a sua fabricação, aplicadas até os dias correm.
                                     

                               
                                             
De outra parte, segundo relata Doña Almudema, deve-se a Catarina de Médici, em pleno Século XVI, o gosto e a difusão da alta pastelaria, o uso dos garfos e o hábito de lavar as mãos antes de comer.

Seu interessante estudo sócio-antropológico da gastronomia resgata, obviamente, os nomes de grandes chefes que se imortalizaram nas páginas da História moderna e contemporânea, particularmente de Marie-Antoine Carême, considerado o pai da alta culinária francesa (haute cuisine), conhecido como ‘chef dos reis e rei dos chefs’, e Georges Auguste Escoffier, recordado como o grande estruturador da cozinha moderna, renovador e simplificador de métodos de preparo e ornamentação tradicionais.

Mas um dos mais notáveis cozinheiros da História, sem dúvida, foi François Vatel, o criador do ‘crème chantilly’, no Século XVII. Como se sabe, com apenas 22 anos, Vatel notabilizou-se como cozinheiro e confeiteiro no banquete de 600 convidados que o poderoso Superintendente do Tesouro da França, Nicolas Fouquet, ofereceu a Luís XVI, por ocasião da inauguração de sua residência, o castelo de ‘Vaux-le-Vicomte’. Diante da suntuosidade e do luxo com que foi recebido, o soberano considerou que Fouquet malversava fundos. Três semanas depois o demitiu do cargo e mandou prendê-lo por conspiração. Por certo, além do impacto pelo esplendor e a ostentação sem limites, o rei nunca perdoaria o sucesso logrado pelo creme de nata batida, doce e perfumado com baunilha, inventado por Vatel, rivalizando com os especialistas culinários da casa real.

                                         

 E a controversa e trágica história de François Vatel não acabou naquele episódio. Depois de viver na Inglaterra por algum tempo, para que as coisas se acalmassem, o obstinado chefe retornou à França e foi exercer o seu ofício junto ao Príncipe de Bourbon-Condé no Château de Chantilly, promovido de cozinheiro a "Mestrre dos Prazeres das Festividades" Foi lá que, afinal, batizou a sobremesa que o fez célebre. Mas, extremamente vaidoso, considera-se que ele nunca abandonou o objetivo de sobrepor-se socialmente aos mestres da cozinha do Château de Versailles. 

Em abril de 1671, estando a França prestes a enviar tropas contra a Holanda, o Grande Condé via nessa guerra uma oportunidade de recuperar as finanças e seu prestígio, comandando o exército francês. Então, para atrair o beneplácito real, encarrega Vatel da maior tarefa de sua vida: promover três dias e três noites de festividades na residência palaciana de Chantilly, para as quais foram convidados Luís XVI e três mil membros da nobreza francesa.

Desfrutaram todos, com muita pompa, todos os espetáculos organizados por Vatel. Tudo correu muito bem até que, no jantar da última noite, os organizadores perceberam que não havia assados para todas as mesas. Profundamente estressado pelo erro de cálculo, Vatel passou a noite em claro esperando os peixes que encomendara para o dia seguinte, justamente uma Sexta-Feira Santa. Ao perceber que a encomenda não seria entregue, conta a tradição que ele suicidou-se, em plena cozinha do palácio, em virtude do atraso do peixe, que ameaçava o sucesso de um dos jantares mais importantes oferecidos a Sua Majestade o Rei da França. O soberano e a corte admiraram a sua atitude, mas, simplesmente, continuaram a desfrutar do banquete...

De forma totalmente inesperada, sua morte foi tratada como uma tragédia nacional, principalmente depois que se soube que o peixe havia chegado e tudo não passava de um mal-entendido. Infelizmente já era tarde. Curioso que, nascido na atual Suíça e batizado Fritz Karl Watel, o grande chef só logrou consagrar-se com seu nome francês depois do autocídio, por influência da célebre cortesã, Madame de Sévigné.

Assim sendo, considerando a agradável experiência literária a cargo de Almudena Villegas Bicerril, muito recomendada, os interessados poderão encontrar em suas obras, além de grandes receitas, muitos aportes ao estudo da gastronomia universal e várias curiosidades acerca daqueles que, segundo ela, foram responsáveis pelo que hoje encontramos à disposição, em termos do mais puro hedonismo.  A conferir.

            Silvio Assumpção


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A Lista de compras de Leonardo da Vinci

                                                                       
                                                                       
   

Leonardo da Vinci, todos sabem, foi um gênio, em todos os sentidos.
Um grande inventor.
Mas o que nem todo mundo sabe, é que dava muita importância para sua alimentação.
E para os vinhos. Foi ele o inventor do decanter.
Em meio a suas inúmeras anotações foi acada uma lista de compras. Por meio dela, ficamos sabendo o que ele comia e bebia.
Vamos à sua lista;

Pão e vinho aparecem com a mesma frequência.
Enguia ( era um peixe que as classes menos privilegiadas faziam uso)
Carne
Farelo de trigo
Ricota

Foi achada também sua receita de Água de Rosas:
Misture bem açúcar, pétalas de rosas (fervidas durante alguns dias) e limão siciliano. Depois as coe essa misture num tecido. Para ser bebida em dias de calor

Também acharam esse belo pensamento, provando que ele já se preocupava com a sobrevivência dos animais.
"Não coma peixes com as ovas vivas, senão irá matar toda a prole"
 Leonardo da Vinci
                                                         

                                                 Karla Julia

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KLIMT e ELA

A única dentre muitas, por trás do gênio.
Uma amizade de 30 anos. Muitas cartas.
Emilie Flöge era irmã da mulher de seu irmão, (Helene, casada com Ernst).
Antes de morrer, Klimt chamou por seu nome, dizendo: - "Tragam Emilie !"
.Nunca se soube se entre eles o amor deixou de ser platônico algum dia.

A partir 1904 as irmãs estabeleceram-se como mulheres de negócios e abriram uma loja de moda de alta costura chamada Schwestern Flöge (Irmãs Flöge). Durante as suas viagens a Londres e Paris, as irmãs familiarizaram-se com as últimas tendências da moda de Coco Chanel e Christian Dior. A loja foi um êxito e Gustav Klimt colaborou com as irmãs realizando alguns desenhos),

O que se sabe é que Emilie Floege, independente como era, talvez tenha sido a cara metade se Klimt (que teve 14 filhos), sem precisar ter vivido com ele para se darem perfeitamente bem até o fim.
Ela herdou metade de seu patrimônio.
Experts afirmam que sua obra-prima "O Beijo " é inspirada em Kimt e em Emilie como amantes.
                                                                               
                                             
                             retrato de Emilie Flöge

                                                    O Beijo
                                 
                                            Karla Julia

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O OURO NA PINTURA DE KLIMT

Gustav Klimt era apaixonado por Veneza. 
Quando de sua primeira vez na Serenissima, na Basilica de San Marco,
o impacto foi tão grande que começou a usar o ouro em suas pinturas!

Karla Julia


foto Karla Julia
Basilica di San Marco, interior


retrato de Adele Bloch
                                                               

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sábado, 5 de setembro de 2015

A música estimula mudança de sabor do vinho

O sommelier Douglas Würz destacou recentemente uma matéria publicada na Revista Adega, em agosto passado, referente à pesquisa realizada pelo professor Charles Spence, da Universidade de Oxford, segundo a qual as características do vinho são modificadas de acordo com a música do ambiente. Após diversos estudos, Spence pôde notar que alguns ritmos musicais interferem no comportamento e faz com que pessoas sejam remetidas a diferentes sabores (doce, salgado, ácido ou amargo), quando provam vinho ouvindo determinada música.

Conforme, portanto, o neurocientista e fisiologista experimental inglês, notas de piano, por exemplo, costumam estar associadas a aromas de damasco, frutas vermelhas e baunilha. Já estilos mais pesados de rock remetem a aromas almiscarados. Propõe também que instrumentos de sopro remetem à acidez.

 Outro destaque foi notar que alguns vinhos degustados às cegas, sob a influência de estilos musicais variados, foram descritos e identificados de forma equivocada pelos provadores profissionais e associados a rótulos diferentes.

        



Sob o tema, pronuncia-se igualmente o sommelier Danilo Schirmer, quem recorda que a música e o vinho sempre andaram juntos: um dueto de sucesso desde a época de Dionísio e Baco. Segundo ele, assim como o vinho, a música aguça nossos sentidos e sentimentos, chegando até a nos tocar a alma. Essa combinação encanta, apaixona e aproxima as pessoas. Dessa forma, é possível harmonizar a música e o vinho de acordo com o momento e a companhia. Ter essa percepção pode ser determinante para atingir um elevado estado de espírito.

Atentos a esse comportamento, recorda Schirmer que, há alguns anos, psicólogos da escocesa Heriot-Watt University realizaram também uma pesquisa que resultou na seguinte conclusão: enquanto se degusta um vinho, a música ouvida pode influenciar na percepção do sabor. As músicas mais pesadas e encorpadas, por exemplo, sugeririam robustez nos vinhos das uvas da família Cabernet. Já as músicas energéticas e agitadas realçariam as características refrescantes dos exemplares da uva Chardonnay e dos demais vinhos brancos e espumantes. Afinal, uma derivação ou complementação dos estudos de Charles Spence.

Segundo os responsáveis pela pesquisa, inclusive, seria recomendável que os produtores colocassem algumas recomendações de músicas nos contrarrótulos dos seus exemplares engarrafados.  E Danilo Schirmer chega mesmo a recomendar ou sugerir composições musicais, de diferentes gêneros, que harmonizariam perfeitamente com determinadas uvas, a saber:

• Cabernet Sauvignon: All along the watch tower (Jimi Hendrix), Honky Tonk woman (Rolling Stones), Live and let die (Paul McCartney and Wings), Kashimir (Led Zeppelin), Carmina Burana (Carl Orff);

• Chardonnay: Disease (MatchboxTwenty), You could be mine (Guns and Roses), Ever lasting love (Gloria Estefan), Love generation (Bob Sinclar), Just can't get enough (Nouvelle Vague);

• Merlot: Paint in black (Sixth Finger), Creep (Radiohead), P.D.A. (John Legend), Stronger than me (Amy Winehouse), Come undone (Duran Duran).

Nesta curiosa perspectiva, com todo o apreço que nos merecem os vinhos brasileiros, cada vez mais aprimorados e consagrados internacionalmente
só faltou concluir que o samba só rima com cachaça pura, caipirinha ou com cerveja. Será isso mesmo?

Um brinde à diversidade!
               

                           Silvio Assumpção

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Mestres do Barroco - Arquitetura

         Borromini       

Francesco Borromini ( 1599-1667)
e suas paredes ondulantes.
Esse gênio do barroco italiano era emocionalmente perturbado, que acabou se suicidando. Seu primeiro trabalho foi como cortador de pedra de Bernini ( o outro gênio da arquitetura barroca italiana, do qual falarei em outro artigo), que mais tarde se tornou seu grande rival profissional.
Ele conseguia combinar formas nunca antes articuladas. A estranha justaposição de superfícies côncavas e convexas fazia com que suas paredes parecessem vivas.

 Obra prima de Borromini
Igreja San Carlo alle Quatro Fontanne 
Roma
Nota-se que aqui as paredes serpenteiam,
parecendo estar sempre em movimento.


abóbada

interior

atrio

 artigo e fotos
Karla Julia

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sexta-feira, 4 de setembro de 2015

DICA DE FILME PARA O FERIADO :" Um pouco de caos "

Talvez o melhor filme que eu tenha visto neste ano.
Uma verdadeira obra de arte. Um filme de Alan Rickman que também dá um show no papel de Louis XIV.
A história também fala de outra verdadeira obra de arte, que foi a obra do jardineiro Le Nôtre,
 (por Matthias Schoenaerts, de "Ferrugem e Osso", )
que foi o idealizador e realizador dos jardins do Palácio de Versailles.
O filme também tem como atores a divina Kate Winslet e Stanley Tucci.
Além disso a fotografia,é outro deleite para os olhos. Dá vontade colocar em pause o comando da tv a cada cena e ficar olhando, olhando, para tanta sensibilidade, tanta arte. É do que precisamos nesses tempos tão difíceis. De arte. A arte salva. Nem que seja no tempo da monarquia. Mas nas mãos dos jardineiros, a arte é poesia!

Karla Julia




                                                                           
                                                                               

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Haicai

stanca delle parole
basta di parlare
il mio tempo,ora è sentimento.



Karla Julia

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