sábado, 28 de novembro de 2015

DICA DE FILME:" SAMBA"

Samba (Omar Sy) não é somente uma dança. É também  um nome de um imigrante do Senegal que está na França ilegalmente e procura ao mesmo tempo se esquivar da polícia e conseguir um visto de permanência.
Sonhando ser um chef, é ajudado pela assistente social (Charlotte Gainsbourg).
Das idas e vindas nasce um relacionamento amento improvável e por isso intenso.
 entre os dois.
Além disso, as cenas em Samba contracena com " o brasileiro  Wilson" são  momentos de leveza e humor dentro do drama da imigração ilegal.
Samba pretende nos revelar a questão dos imigrantes ilegais, sua luta e sua longa espera por um lugar digno para se viver.Só pela intenção já vale a pena ser visto.
                                     
                                                               

                               Karla Julia
                               
                         
                                     

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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Pensamento do dia

                                       


-Não fales bem de ti aos outros, pois não os convencerás.
Não fales mal, pois te julgarão muito pior do que és. 

“Um homem enraivecido está sempre cheio de veneno. Se não encontrar onde derramar, irá derramar dentro de si mesmo"

-      Entre amigos as frequentes censuras afastam a amizade.


  Confúcio

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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

FOIE GRAS -QUEM PAGA O PATO?

                             
     
Não faz muito tempo, os legisladores municipais de São Paulo aprovaram uma lei que proíbe a produção e comercialização do Fuagrás (em português) na cidade, a bem do interesse público. A iniciativa resultou da mobilização de algumas organizações da sociedade civil, particularmente da Sociedade Vegetariana Brasileira (AVB) e do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, ambos apoiados por ‘celebridades’. A nova regra afetou o consumo e o uso de produtos já adquiridos ou que fossem comprados fora da capital, estabelecendo pesadas multas para os infratores. No bojo, o novo diploma também vedou o comércio de artigos feitos com pele de animais, excluído o couro bovino.

O fígado hipertrofiado de ganso ou pato, in natura ou em forma de patê, é uma iguaria típica francesa, cujo método tradicional de obtenção é conhecido como Gavage, em que os animais são forçados a se alimentar à exaustão (Gaver significa comer ou engordar demasiadamente, em francês). Ativistas se mobilizam em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, a fim de abolir essa metodologia considerada cruel. Argentina, Áustria, Republica Checa, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Irlanda, Israel, Luxemburgo, Noruega, Polônia, Suécia, Suíça, Países Baixos, Reino Unido e Índia já aderiram ao combate da prática milenar. Atualmente, o Brasil possui apenas três fabricantes de Foie Gras: o Chez Pierre em Itu (SP), o Agrivert em Valinhos (SP) e a Villa Germânia em Indaial (SC). Segundo os proprietários, a lei paulistana prejudica empresas pequenas que deveriam ser estimuladas em plena época de crise. Destinada a um mercado minúsculo, a iniciativa não teria utilidade prática para a população em geral.

A seguir à promulgação da medida, a Associação Nacional dos Restaurantes (ANR) apelou juridicamente contra ela e a Justiça suspendeu-lhe provisoriamente a vigência até o julgamento final sobre a constitucionalidade. Além dos representantes de restaurantes, vários chefes de cozina brasileiros, paulistas em maior número, todos de reconhecido prestígio e vinculados à culinária francesa, investiram publicamente contra a decisão municipal, classificando-a também como absurda, sem sentido ou qualquer embasamento. Utilizando-se de argumento de defesa não totalmente palatável, os indignados afirmavam que outros animais como os porcos de granja, apenas para citar um exemplo, padecem tratamento e morte muito mais cruéis do que os patos e gansos. Logo, em tese, as aves poderiam ser poupadas da medida municipal saneadora e continuar sendo imoladas em beneficio da gastronomia universal.  

Segundo outros especialistas envolvidos no problema, como a Associação dos Profissionais de Cozinha (APC), a criação e engorda de patos e gansos para a produção do Foie Gras não é mais feita como antigamente, já que os métodos modernos de criação, engorda e abate prescindem do sofrimento das aves, apontado como verdadeira crueldade.  Na França, por exemplo, o consumo da iguaria já não faz parte do cotidiano (até pelo preço, eu imagino), mas é quase sagrado quando se trata de comemorações especiais, aniversários e festas familiares. Não seria justo, portanto, desrespeitar valores culturais que adquiram cidadania e são hoje um patrimônio reconhecido pela UNESCO. Aliás, desde 2010, todo o conjunto da gastronomia francesa foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, uma decisão inédita que abrangeu pela primeira vez a culinária, as bebidas e os materiais utilizados pelos franceses para sua elaboração.
 
Conforme, pois, o argumento da APC, cada qual tem o direito inalienável de escolher o que vai consumir sem ter a sua liberdade castrada por qualquer meio. Seus representantes assinalam, por exemplo, que depois de quase dois anos de proibição, a Califórnia voltou a liberar a venda de Foie Gras em janeiro de 2015. Recordam que a restrição legal havia sido apoiada por Paul McCartney, que intercedeu pessoalmente ao então Governador Arnold Schwarzenegger para que a impusesse, o que foi feito a partir de 2013, no intuito de impedir a produção e comercialização de um produto de luxo que serviria apenas para alimentar vaidades. O que houve então? Um juiz federal decidiu que a proibição imposta na Califórnia era inconstitucional, porque interferia em uma lei federal que regula produtos avícolas. Resultado: o apreciado produto pôde ser novamente vendido, mas não produzido no Estado. Chicago, a primeira cidade nos Estados Unidos a proibir o consumo de Foie Gras, também voltou atrás. A proibição na chamada ‘Windy City’ durou de 2006 a 2008. Esses antecedentes foram apontados pelos indignados paulistanos para refutar a medida coercitiva da prefeitura, considerando que a produção pode ser proibida no município, mas a comercialização, não. É de competência exclusiva da União.

Em meio às delongas judiciais, nunca houve tamanha procura pelo Foie Gras em São Paulo, como nas semanas que se seguiram à promulgação da lei, não obstante os preços regulares do produto variem entre 300 e 450 reais o quilo. Os estoques das revendedoras e empórios tradicionais da cidade baixaram rapidamente. Nos restaurantes da maior e mais rica capital do País, nos quais a iguaria é fixa no cardápio, logo começaram as preocupações quanto à queda de faturamento, relacionada igualmente ao consumo do Magret e do Confit de Canard, que dependem da gordura do pato para ser elaborados.
O assunto ganhou maior fôlego com as notícias de que o Paraná também iria aderir à proibição a partir de proposta semelhante à da Câmara Municipal de São Paulo. Tramitando há tempos na Assembleia Legislativa do Estado, visava a banir o consumo crescente do Foie Gras nos restaurantes paranaenses. Cogitou-se na época que a medida estaria bem mais relacionada ao consumo do Chester, um exemplar híbrido (na verdade, não existe na classificação avícola) que é resultado do cruzamento de oito linhagens de galinhas. A cobiçada ave natalina é alimentada também de forma considerada abusiva e, segundo consta, mal consegue andar às vésperas do abate, de tão pesado fica o seu peito.

Apesar dos vaivéns conceituais e jurídicos em busca de tratamento definitivo para o assunto, a julgar pela tenacidade e a capacidade mobilizadora dos ativistas de plantão, parece certo que a comercialização do Foie Gras no Brasil poderá em breve tomar novo rumo e o desfrute da iguaria ter os seus dias contados, particularmente nos grandes centros consumidores. Adeus, portanto, aos célebres Turnedôs Rossini e outros pratos clássicos e contemporâneos preparados com o fígado gordo de pato ou ganso, de apreciada consistência amanteigada. A menos que os apreciadores endinheirados apelem, como sói acontecer, para o abastecimento regular via mercado negro ou viajem ao exterior a fim de encontrar, em países onde o produto é consumido sem restrições, uma forma de saciar o apetite e manter a tradição gastronômica.

                           

Na França, por exemplo, essa opção é certa, com base em argumentos que merecem ser assinalados em apoio aos gourmets e gourmands confessos de todo o mundo, que não se permitiriam facilmente prescindir da tradição. Esta não é nova, de fato, e remontaria à Antiguidade segundo os estudiosos. Os egípcios, de acordo com alguns baixos-relevos expostos na tumba de Mereruka na necrópole de Saqqara, já alimentavam com cereais abundantes as suas aves migratórias para lograr fígados engordados, particularmente os gansos. Utilizavam-se do produto para consumo regular ou como presente aos visitantes de destaque.

A prática que remonta a 2.500 anos antes de Cristo passou à Grécia e seu entorno mediterrâneo, chegando depois à Roma imperial. Os descendentes de Rômulo e Reno assimilaram o costume de consumir fígado engordado em Alexandria e o mantiveram, sobretudo pela inspiração do gastrônomo Apício. O historiador Plínio, o Velho, denominou a iguaria de iecur fictatum, que em Latim significa literalmente ‘fígado de figueira’. Isto porque as aves eram superalimentadas com figo. O termo e sua origem ficaram tão consagrados que na formação das línguas neolatinas seguiu seu curso: fígado em português, foie em francês, higado em espanhol, ficat em romeno e fegato em italiano.

Sabe-se que na Idade Média os gansos e patos foram temporariamente banidos da culinária europeia. Embora naquele período as carnes mais consumidas fossem o porco e o cordeiro, há registros de que na antiga Gália Transalpina, a França atual, a criação de aves silvestres se manteve presente e foi preservada a tradição do Gavage. Segundo alguns, com o contributo dos hebreus, que aperfeiçoaram a técnica a partir da colonização romana na Judeia.

Durante a diáspora, os judeus teriam então levado consigo a tradição à medida que migravam rumo ao Norte e ao Oeste da Terra Santa. O Kashrut, repositório das regras alimentares e da dieta judaica, os proibia de usar óleo feito com gordura suína para cozinhar e prescindia da manteiga como alternativa, já que era vedado misturar carnes e laticínios. As opções registradas pela História foram o óleo de gergelim na Babilônia e o azeite de oliva no Mediterrâneo, ambos caros e difíceis de conseguir no cotidiano. Foi daí que os judeus passaram a usar gorduras de aves já agora domesticadas, sobretudo dos fígados hipertrofiados para tal propósito, com o concurso adicional do milho trazido das Américas. Essa tese sobre a decisiva contribuição judaica ao consumo tradicional do Foie Gras na Europa, particularmente na França, encontra abrigo em vários livros antigos, como ‘Opera’ de Bartolomeu Scappi e ‘Kochbuch’ de Max Rumpolt, ambos do século XVI, nos quais já estão incluídas referências a receitas de patês e musses elaborados com a iguaria.

A tradição enraizou-se e hoje a França contribui com 80% da produção mundial de Foie Gras, com mais de trinta mil pessoas envolvidas (mulheres, na maioria), sobretudo na região de Périgord, com denominação de origem controlada (DOC). Tudo segundo métodos tradicionais, atualmente amenizados e reconhecidos pela União Europeia. Embora possam manter-se certos procedimentos de engorda, considerados abusivos e até cruéis conforme o foco dos ativistas internacionais, a maioria dos fabricantes europeus já não utilizariam os famosos tubos metálicos ou plásticos pelos quais a ingestão irregular de alimentos era praticada, aproveitando-se da elasticidade das gargantas dos onívoros (que são capazes de engolir peixes inteiros) e promovendo o armazenamento forçado de abundante comida nos seus esôfagos ou papos, para posterior digestão no estômago. Para o ganho substantivo de peso, esse processo perdurava nos últimos 12 a 15 dias de vida dos patos e durante 15 a 18 dias, no caso dos gansos.
                                 

Não conheço o antigo Condado de Périgord. De acordo com o que vi e testemunhei na única estância uruguaia produtora de Foie Gras e outros elaborados de tradição francesa para o consumo local (Campo de los Galos, em referência à origem do casal proprietário), as diferentes aves são criadas soltas e se alimentam de maneira normal. Ganham peso rapidamente, mas esse processo pode ser reversível, por razões as mais variadas. Assim acontece com todos os animais, tanto os que vivem em estado selvagem quanto aqueles que são domesticados e destinados ao abate para consumo humano. Acumulam gordura para o inverno e depois a perdem naturalmente.
Como o ideal é ter exemplares com o maior peso possível, por razões econômicas óbvias, sobretudo no caso de gansos e patos, destinados à produção de Foie Gras e outras iguarias que dependem de músculos e órgãos agregados de alto valor lipídico, a complementação da engorda é tida como indispensável. As aves escolhidas são então confinadas individualmente em pequenos currais ao ar livre e induzidas à ingestão de amido (basicamente milho verde, cozido, para facilitar a digestão, torná-la menos agressiva e favorecer o aumento mais rápido do peso médio do fígado em até 50%), além de diferentes tipos de cereais in natura e rações de alto valor nutritivo a cada 6 horas, durante os últimos quinze dias, em média, antes do abate. A comida em excesso é transformada em gordura, concentrada sobremaneira no fígado que passa a pesar entre 400 e 700 gramas.
Como a ave está confinada e se alimenta apenas do pouco que encontra no entorno reduzido, quando recebe o alimento super-reforçado, sempre na mesma hora, condiciona-se a comer avidamente tudo que se lhe oferece, sempre em grandes quantidades, para compensar os períodos de quase jejum. Da primeira vez a ave pode ficar assustada, mas depois abre o bico voluntariamente pedindo mais comida. Desde logo, sem a utilização de qualquer instrumento de tortura indutora que pudesse sugerir os espetáculos grotescos sempre associados ao Gavage tradicional do passado, já banido em várias jurisdições produtoras pelo mundo.

Realizado, portanto, dentro dos padrões indicados, os produtores uruguaios garantem que o processo de engorda não faz mal aos animais nem gera os chamados hormônios de estresse, já que se assemelha ao que ocorre com eles na natureza durante a troca de estações. Migratórias por essência, as próprias aves produzem o Foie Gras sozinhas. O processo indutor em cativeiro é simplesmente uma reprodução do que o instinto lhes determina. Como acontece atualmente na França ( HYPERLINK "http://www.foiegras-perigord.com" http://www.foiegras-perigord.com), tudo sob um selo (indicação geográfica protegida - IGP) que certifica a criação e garante a qualidade do produto final, respeitando regras estipuladas e rigorosas.

No Uruguai, como na maioria dos países que o apreciam, o Foie Gras pode ser saborizado com trufas e licores. Quente ou frio, de excelente textura e sabor marcante, é comumente servido com pães e torradas, acompanhado de saladas e harmonizado com vinhos adocicados de sobremesa ou secos, e até mesmo de espumantes, dependendo do paladar do consumidor.

Afinal, quem paga o pato? Por certo, o assunto é extremamente controverso e desperta discussões apaixonadas. Creio que prevalecem sem a adesão de maiorias expressivas, tanto aqueles que se mobilizam pública e irrestritamente em favor da proteção e do tratamento digno de todos os animais quanto aqueles que se empenham nessa mesma luta, mas com objetivos seletivos e até contraditórios (veja-se o caso da referida lei municipal paulistana, cuja aprovação só se tornou factível quando os parlamentares vinculados ao setor pecuário excluíram o couro bovino das restrições sobre a utilização de peles animais). Talvez por isso, contra os eventuais radicalismos e contrassensos de ambos os grupos, posicionem-se outros, empenhados simplesmente em defender a liberdade individual e um tratamento equânime para todos os aspectos da polêmica. Assegurada a inalienabilidade dos direitos, portanto, o consumo atual e futuro do Fuagrás pelo mundo continuará a depender do gosto e da consciência de cada um.
                               
     
       Silvio Assumpção

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Pratos típicos de cada região da Italia

        fonte:Instituto Italiano di Cultura San Paolo.

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Rodin e sua arte libertária

                                                                                                                                               

François - Auguste René Rodin (1840-1917)  foi um dos maiores, um dos mais criticados, um dos mais polêmicos artistas de todos os tempos.
Por trás de cada uma de suas obras há um escândalo, uma controvérsia.
 Seu pai era um inspetor de polícia e sua mãe dona de casa.Tinha uma irmã, que viveu até os 25 anos, que foi sua melhor amiga e confidente.
Começou a desenhar por volta dos dez anos. Com 14, já estudava na Escola Superior de Desenho, chamada "Petite École". 

Contudo, Rodin descobre a escultura por acaso, ao abrir uma porta da sala de escultura da Escola de Desenho.Ao ver a argila sendo esculpida, "se imaginou no céu",é o que diz nas cartas a Léon Fouquet, seu melhor amigo então.
Mais tarde, tenta por três vezes o ingresso na "École  des Beaux Arts", mas fracassa  no exame de escultura.
Foi nessa época que falece sua irmã.
Depois de  muitos anos trabalhando em ateliês de vários escultores e também na decoração de monumentos públicos. Com 24 anos conhece uma costureira que virá a ser sua companheira durante toda sua vida.
Após um período na Bélgica, , parte para a Itália, para conhecer os grandes mestres da escultura, que tanto admirava, Michelangelo e Donatello principalmente.

Somente aos 37 anos ele apresenta sua primeira escultura, em Bruxelas, "A Idade do Bronze", que retrata um soldado que pousou para ele nu durante um ano.
Essa escultura não tinha referências históricas nem mitológicas. Era puro erotismo, sensualidade. 
Uma nova visão, totalmente carnal, linda, plena de possibilidades.

                                   "A Idade do Bronze"
                                                                               

Apesar de uma enorme polêmica que dura trê anos, o estado francês lhe compra uma réplica em bronze dessa estátua., essa estátua lhe abre as portas para o sucesso.

   Depois, aos 40 anos , o estado francês lhhe encomenda uma obra de Dante. Rodin esculpe ;"A Porta do Inferno". Essa obra nunca foi completamente concluída. Pois, como  terminar um problema que diz respeito à questão humana, pensava ele?
"A Porta do Inferno" possui 200 imagens. Suas obras-primas como "O Pensador", "As três Sombras' e "Paolo  e francesca" que representam "O Beijo" ( inspirado em sua ligação com Camille Claudel) sairam da "Porta do Inferno", eram miniaturas que foram ampliadas pelo gênio Rodin.
                                              fotos :Karla Julia

                                                                               
                                                                             
   
                                             "O Pensador"
                                                                                     
                                      detalhe de " A Porta do Inferno"


"Vos observaste muito bem em minhas obras os sobressaltos da alma no sentido do reino talvez quimérico da verdade e da liberdade sem limite. Aí está ,com efeito o mistério que me agita."
Auguste Rodin.
                                                                               




                                                                                     

A polêmica estátua de Balzac, encomendada por com um prazo de 18 meses.
Para esculpí-la, Rodin mergulhou a fundo na vida de Balzac, fazendo uma profunda pesquisa de campo, tanto que
durou 7 anos para ser entregue, e foi alvo de chacotas, tanto que foi devolvida.
Fizeram charges, dizendo que ela se parecia com uma coruja, que não tinha nada do escritor.
Mas creio que essa tenha sido o grande legado de Rodin; a liberdade da forma, a ousadia, ele foi o precursor da escultura moderna, fugindo de moldes preestabelecidos, e recriando o mundo de acordo com consciência.

                                     "O Beijo"

Karla Julia

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terça-feira, 17 de novembro de 2015

Não tem pra mais ninguém!

                                      


Para mim só há um homem capaz de substituir à altura Daniel Craig no papel de James Bond.É o ator Tom Hardy ("Mad Max", " Crimes Ocultos", " Batman - O Cavaleiro das Trevas", "Deserter", Locke", "Deserter" , " London Road", etc ).
O resto seria puro frufru.

Karla Julia

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Poesia

A lágrima é um poema 
que entristeceu
e choveu
choveu.

Karla Julia



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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

É sábado!


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O grande Mario Lago



Fiz o que fiz e fiz com paixão.
Se a paixão estava errada, paciência.
Não deixei a vida passar.
Sempre acompanhei o desfile.

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Eu fiz um acordo com o tempo...
Nem ele me persegue,nem eu fujo dele...
Qualquer dia a gente se encontra e,
Dessa forma,vou vivendo
Intensamente cada momento... 

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O sol pode apagar, o mar perder a voz
mas nunca morre um sonho bom dentro de nós".

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Gosto e preciso de ti,
Mas quero logo explicar, 
Não gosto porque preciso.
Preciso sim, por gostar.

Mário Lago

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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

ARGENTINO HOTEL: UM ÍCONE FORA DE LUGAR


                                                                               

A preservação do patrimônio histórico é um tema importantíssimo. Além da iniciativa do Estado e dos recursos públicos indispensáveis à continuidade da tarefa, esta tem um elemento de cidadania que não pode nem deve ser ignorado. O patrimônio é responsável pela continuidade histórica de um povo, de sua identidade cultural. Ademais, cria personalidades únicas para cada cidade, favorece a orientação e a apreensão do espaço urbano.
Todos os brasileiros, e os cariocas em particular, devem se lembrar da ameaça de demolição do Copacabana Palace Hotel há algumas décadas atrás, quando os descendentes de Octávio Guinle, proprietários do imóvel em plena crise financeira, decidiram colocá-lo à venda para dar lugar a um condomínio à beira-mar. Os moradores do bairro se mobilizaram e apelaram formalmente à Justiça por meio de ação popular para evitar aquela verdadeira iniquidade, cujo seguimento colocaria abaixo um edifício emblemático inaugurado em 1923, indiscutível patrimônio da Cidade Maravilhosa.
Entre outros fatores, a salvação do prédio deveu-se ao mesmo regime militar que decretou a demolição do Palácio Monroe. Foi o Presidente Ernesto Geisel que evitou o desastre pretendido pela especulação imobiliária, ao tombar o Copacabana Palace e incluí-lo na lista dos bens patrimoniais e culturais brasileiros a preservar. O hotel familiar foi finalmente vendido em 1989 ao grupo Oriente-Express que o reabilitou, modernizando as instalações sem descaracterizá-las.
  
Falo de patrimônio e recordo esses fatos para referir-me a uma edificação semelhante que conheci recentemente na zona balneária uruguaia, entre Montevidéu e Punta del Leste. Trata-se do Argentino Hotel, localizado desde 1930 em Piriápolis. O nome oficial da localidade é uma homenagem ao empresário uruguaio Francisco Piria, que chegou ao local pela primeira vez em 1890, comprou grandes extensões de terra, construiu a cidade que ele idealizou para ser o melhor e mais concorrido balneário da América do Sul, e dotou-a em 1930 de um gigantesco, luxuoso e confortável hotel de dimensões só compatíveis com o número de abastados visitantes que o proprietário pretendia atrair à região, sobretudo argentinos.



Milionário e de espírito contemplativo, Piria não conhecia o Brasil, infelizmente. Se tivesse aportado algum dia no Rio de Janeiro e visto a praia de Copacabana do início do século XX, ali teria certamente assentado os seus arraiais e visualizado o verdadeiro futuro. Ao invés do magnata Octávio Guinle, poderia ter sido ele o empresário convidado pelo Governo Epitácio Pessoa para a epopeia de urbanização do areal que definia o bairro, tendo como marco a construção de um hotel de luxo, elegante e majestoso como os da Riviera Francesa, a fim de abrigar visitantes ilustres, tornar-se uma referência da cidade e atrair o interesse do mundo. 

                                                                   


A julgar pelo que ainda se vê e se experimenta no Argentino Hotel, Piria sempre sonhou com o melhor. E não mediu esforços nem recursos para lográ-lo, inspirado também nos edifícios similares em que ele próprio se hospedava com a família na Europa mediterrânea, particularmente o Necresco em Nice (de 1913, com 141 quartos) e o Carlton em Cannes (de 1911, com 343 quartos). A obra de seis andares teve um custo descomunal e demorou dez anos para ser terminada, após a conclusão do primeiro campeonato mundial de futebol promovido pela FIFA no Uruguai. Contratou-se para executá-la o arquiteto francês radicado em Buenos Aires, Pierre Guichot. Para assegurar a atmosfera e o serviço de luxo do seu hotel uruguaio, Piria trouxe do Velho Mundo diferentes mármores, vitrais, esculturas, mobiliário austríaco de época, louçaria e prataria alemãs monogramadas, cristaleria checa e roupa de cama italiana de extrema qualidade, a fim de adornar os jardins externos e interiores, os salões e refeitórios comuns, os imensos corredores e as centenas de habitações destinadas a 1.200 hóspedes, todas construídas com pé direito muito alto e dimensões palacianas.
                                                                                  



Mas que ironia... Passados quase cem anos, ambos os projetos arquitetônicos e seus respectivos arredores conheceram destinos bem diferentes, com vantagens para o de Copacabana. Apesar de acolhedora, cercada de serras verdejantes e a poucos quilômetros da glamorosa Punta del Leste, a pacata Piriápolis, fundada em 1893 e com apenas oito mil habitantes, não se demonstrou comercialmente compatível com os sonhos do fundador e está longe dos destacados dias de glória no passado. Chamada carinhosamente de ‘La joyita del Este’,  é  um balneário simpático, de pequeno comércio e alguns restaurantes heroicos, entre muitos outros na rota oceânica uruguaia, que em verdade nunca pôde afirmar-se como qualquer coisa além de uma praia a mais durante os meses de verão. De singular, ficou-lhe apenas o atrativo turístico pela suposta aura mística, que muito tem a ver com a personalidade de seu empreendedor originário. A única semelhança conceitual possível entre o Argentino Hotel e o Copacabana Palace é estarem ambos de frente para o mar e terem no entorno uma formação rochosa de grandes dimensões chamada Pão de Açúcar
.
Francisco Piria era um homem complexo, por detrás do sucesso empresarial. Há hoje vários livros sobre sua vida e obra, que tentam explicar a vertente misteriosa e desconhecida da sua trajetória até a morte aos 86 anos. Depois de enfrentar uma débâcle econômico-financeira no início da carreira, ergueu-se das cinzas basicamente no ramo imobiliário, comprando terras desabitadas na atual região metropolitana de Montevidéu, que eram loteadas e posteriormente vendidas a preço de ouro. Tornou-se um homem público muito rico, milionário para os padrões uruguaios de fins do século XIX. Seu caráter laborioso e visionário, contudo, sempre esteve permeado pela inclinação a acreditar em forças e entes sobrenaturais.
                                                                 



Adepto da alquimia, da numerologia e da simbologia transcendental, fez delas os elementos norteadores da construção e urbanização da própria Piriápolis. O nome originalmente imaginado por Piria para a sua criação era Heliópolis, a cidade do Sol, mitologicamente associada às moradas filosofais de Fulcanelli e ao renascer da Ave Fênix, símbolo emblemático da regeneração pelo fogo. Tanto no desenho urbanístico da cidade quanto na localização física dos monumentos públicos que a adornam, os visitantes descobrem segredos e curiosidades da simbologia alquímica, além de alusões a elementos templários, que são hoje a sua principal atração.

Tendo por inspiração a Era de Aquário, na qual supostamente estaríamos hoje vivendo e cujo planeta regente é Urano, simbolizado pela letra H, o construtor teria imaginado o plano arquitetônico do monumental Argentino Hotel como uma invocação precisamente dessa letra, como o comprova a vista aérea do edifício. A decoração dos gigantescos vitrais tem várias alusões a delfins, associados à então Era de Peixes que vigia na época da construção. A disposição e numeração dos quartos também estariam influenciadas pela profunda e mística simbologia que Piria deixou plasmada em todos os empreendimentos pessoais e profissionais. E tudo isso sem esquecer os monumentais felinos alados que ladeiam a escalinata frontal do prédio, encomendados por Piria à Fundição Val d’Osne na França, que são hoje interpretados pelos estudiosos como uma referência à fusão do elemento corpóreo-material, representado pelo leão sem juba, com o da elevação espiritual, representado pela águia, apontando para essa síntese necessária ao equilíbrio humano e à conquista integral da consciência.

Contudo, como percebe quem lá se hospeda atualmente, o velho Argentino Hotel, que conheceu o luxo e o glamour, não se pôde furtar aos efeitos desse torvelinho místico que, segundo muitos, foi responsável pelas inúmeras frustrações que se abateram sobre o edifício e a cidade que o abriga, malgrado os fatores associados a seus valores vibratórios de alta qualidade energética e as perspectivas transcendentes que lhes apontavam um grande progresso e êxito internacional. Obviamente superdimensionado no projeto, na execução e, sobretudo, na localização, hoje o estabelecimento é visto apenas como marco importante da cidade e um elemento adicional do patrimônio histórico uruguaio ainda em funcionamento. Tem como fator adicional para a manutenção turística o Cassino em anexo, explorado pelo Estado.

Depois de fechado por décadas e com acentuados sinais de deterioração, o hotel foi colocado à venda pelos descendentes de Francisco Piria e comprado pelo Estado uruguaio em 1946. A administração governamental que se seguiu, como sói acontecer, demonstrou não ser a melhor opção como iniciativa comercial lucrativa. Em 1994, foi cedido por vinte anos à exploração de um grupo hoteleiro uruguaio liderado pela família Méndez Requena que, literalmente, faz o que pode para seguir adiante e manter minimamente o patrimônio. Em 2007, a propriedade do hotel passou às mãos dos gestores da empresa de aviação Pluna, cuja quebra e dissolução só fizeram piorar as perspectivas. Depois de restituído formalmente à propriedade do Estado, foi afinal transformado em Argentino Hotel Casino & Spa, com o resgate da sua atividade pioneira em matéria de Talassoterapia (com piscinas termais de água do mar a 38 graus). Hoje, são ainda necessários grandes esforços para promovê-lo comercialmente, manter os 230 funcionários e assegurar condições mínimas de conservação e funcionamento a partir de escassos recursos.

                                                                     


Concluído o período de concessão no ano passado, no inicio de 2015 foi anunciada uma licitação internacional a ser realizada pelo Governo uruguaio para definir a próxima administração do estabelecimento, tendo como objetivo atrair capitais estrangeiros e alguma rede importante de hotelaria que queira explorar o local. Algo parecido com o que o ocorreu com o Hotel Carrasco de Montevidéu, um patrimônio arquitetônico e cultural também vitimado durante anos pelo abandono e pelo descaso, que em 2009 foi entregue mediante contrato a um grupo empresarial vinculado à Sofitel. Depois de concluídas as muitas obras de remodelação e restauração, o belo edifício foi reinaugurado em 2013 como Hotel Sofitel Montevideo Casino Carrasco & Spa. Mas, segundo consta, continua dando prejuízo.

Embora as autoridades e o empresariado local esperem que sejam mais promissoras as iniciativas futuras relacionadas ao heroico Argentino Hotel, a julgar pelos antecedentes já quase centenários e os exemplos similares que se verificam pelo mundo nessa matéria, suas opções de sucesso dependeriam de um verdadeiro milagre. De uma conjugação virtuosa que englobasse respeito público, responsabilidade governamental, criatividade empresarial e ação concertada da cidadania, semelhante àquela que permitiu salvar do aniquilamento patrimonial, histórico e cultural o nosso Copacabana Palace. Oxalá que as forças do Céu e da Terra conspirem a favor.  
                                                                         
                         Silvio Assumpção

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JEAN PAUL SARTRE

“ La Nausée ”

 Tela:Henrik Hagtvedt

“... Ces gens n´étaient pas tristes, ni gais: ils se reposaient. Leurs yeus grants ouvers et fixe reflétaient passivement la mer et le ciel. Tout à l´heure ils allaient passivement rentrer, ils boiraient une tasse de thé, en famille, sur la table de la salle à manger. Pour l´ instant, ils voulaient vivre avec le moins de frais, économiser les gestes, les paroles, les pensées., faire la planche: ils n´avaient qu´un seul jour pour effacer leur rides, leurs pattes d´oie, les plis amiers que done le travail de la semaine. Un seul jour. Ils sentaient les minutes couler entre leurs doigts; auraient – ils le temps d´amasser assez de jeunesse pour repartir à neuf le lundi matin? Ils respiraient à pleins poumons, parce que l´air de la mer vivifie: seuls leurs souffles, réguliers et profonds comme ceux des dormeurs, témoignaient encore de leur vie. Je marchais à pas de loup, je ne savais que faire de mon corps dur et frais, au milieu de cette foule tragique qui se reposait. “

Jean Paul Sartre, La Nausée

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Tradução

“A Náusea”

Essas pessoas não estavam nem tristes nem alegres: elas estavam descansando. Seus olhos arregalados e fixos refletiam calmamente o mar e o céu. Daqui há pouco elas iriam voltar para casa, beber um xícara de chá em família, à mesa da sala de jantar.No momento, elas queriam viver com o mínimo de gasto possíivel, economizar os gestos, as palavras, o pensamento, flutuar: elas tinham somente um dia para apagar suas rugas, os pés de galinha, os vincos amargos provocados pelo trabalho da semana. Um único dia. Sentiam os minutos escoarem entre os dedos; teriam elas tempo para acumular juventude suficiente para recomeçar novos em folha de manhã? Respiravam a plenos pulmões porque o ar do mar revigora: somente sua respiração regular e profunda como a de quem dorme, confirmava que ainda estavam vivos. Eu andava pé ante pé, não sabia o que fazer do meu corpo duro e fresco no meio desta multidão trágica que descansava.

     Jean Paul Sartre

Tradução:Karla Julia

Um pouco mais de "La Nausée"- "A Náusea" falado por Sartre

com legendas em português



                                                       

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Michelangelo Buonarroti- pelo professor A. Paolucci


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segunda-feira, 9 de novembro de 2015

IMAGÉTICA -2015

   Em seu Texto Curatorial "O Poema Visual  como Ato Político da Atualidade", o curador da mostra, Tchello d' Barros,nos explica que;" A exposição internacional de Poesia Visual IMAGÉTICA 2015 convida-nos a refletir sobre uma questão essencial da Poesia Visual contemporânea, onde o espaço, momento ou circunstância do encontro entre a obra e quem vai usufruir da imagem? Para além das tradicionais mídias impressas ou das rarefeitas exposições, é certo que temos as novas tecnologias e ambientes virtuais, no entanto talvez possamos considerar que o lugar do poema visual seja todo o lugar onde possa causar reações estéticas, mas mais que isso, onde possa comunicar,seja por uma vertente mais plástica,seja por uma via mais incisiva, mais crítica."                                                                               


 
                                                                               
                                   Curador da Imagética 2015  - Tchello d" Barros      
                                                                   

Na abertura da exposição, houve uma mesa redonda sobre “Poesia Visual Contemporânea”, com a participação de expoentes da crítica literária e poesia visual:da esquerda para direita,poeta visual Joaquim Branco, homenageado da mostra (MG), o curador e mediador do evento Tchello d' Barros, escritor e artista visual, o crítico literário Marcelo Mourão,Sady Bianchin, poeta e diretor teatral e o escritor Ronaldo Werneck.  
                                                           
                                                                                 


Na mesa redonda foram enfatizadas as contribuições da invenção da fotografia, do advento da psicanálise ( com a descoberta da importância do inconsiente, da linguagem onírica), de escritores como Mallarmé, o próprio Baudelaire, para o advento da poesia visual.
                                                                         
       

Em seguida ao coquetel de abertura foi realizado um sarau de poesia com a participação de diversos poetas e atores como Jorge Piri, Dalmo Saraiva, Jorge Ventura,Wanda Monteiro,Tavinho Paes, dentre outros.                                                                                                                          
                                Artistas participantes da IMAGÉTICA 2015:

ALEMANHA: HORST TRESS – MALTE SONNENFELD | ARGENTINA: RAQUEL GOCIOL – ADRIÁN DORADO – ANA SUÁREZ – ARIEL GONZALEZ LOSADA – MARCELA PERAL – MARIA FERNANDA DE BROUSSAIS – HILDA PAZ – OMAR OMAR | BÉLGICA: LIES VAN GASSE - RENAAT RAMON | BRASIL: ALMANDRADE – AL-CHAER – ANDRÉ SAMPAIO - CLÁUDIA LIMA – CONSTANÇA LUCAS – FÁTIMA QUEIROZ – FERNANDO GERHEIM – GAB MARCONDES – GASTÃO DEBREIX - HUGO PONTES – JOAQUIM BRANCO – JORGE VENTURA – MARCELO MOURÃO – RENATO GONDA – RONALDO WERNECK – RICARDO ALFAYA - TAMARA CHAGAS – SADY BIANCHIN - SILVIO PRADO – TCHELLO D'BARROS - TETSUO TAKITA | CHILE: CHICOMA | COLÔMBIA: TULIO RESTREPO | DINAMARCA: MARINA SALMASO - VICTOR VALQUI VIDAL | ESPANHA: RODOLFO FRANCO – IBIRICO – JOSÉ L. CAMPAL – MIGUEL GIMENEZ | EUA: JIM LEFTWICH – JOHN M. BENNET | HUNGRIA: MÁRTON KOPPÁNY - JÓZSEF BÍRÓ | ITÁLIA: ANNA BOSCHI – ANGELA CAPORASO – CINZIA FARINA – FRANCESCO APRILE – JIMMY RIVOLTELLA – ROBERTO SCALA | JAPAN: KEIGO DEPID HARA | LUXEMBURGO: FRAENZ | MÉXICO: CÉSAR ESPINOSA – MARA PATRICIA HERNÁNDEZ | VERÓNICA G. ARREDONDO | POLÔNIA: PAWEL PETASZ | PORTUGAL: BRUNO MINISTRO – MÁRIO LISBOA DUARTE – AVELINO ROCHA | RÚSSIA: ALEXANDER LIMAREV – EDWARD KULEMIN | SÉRVIA: DOBRICA KAMPERELIC | TURQUIA: DERYA ÖNDER | URUGUAI: CLAUDE NGUYEN – CLEMENTE PADIN – SYLVANA LOBATO
                                                                         
                               "Congresso" do brasileiro Jorge Ventura


         
                                   a obra de Fátima Queiroz

Q
                                                                           
                                   "Bomb" de Ricardo Alfaya

                          
                     "Parábola da Evolução Humana" de Marcelo Mourão


O encantamento provocado pela poesia visual criou um clima de encantamento e reflexão ao evento.
Quem vê os trabalhos acima percebe que essa arte é uma séria de conceitos e anseios, demonstrando o grau da difulculdade para compor uma obra.     

A exposição vai até 11 de dezembro. Entrada franca.
e se encontrana FACHA( Faculdades Helio Alonso- Campus Botafogo) 

                           Karla Julia                                

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domingo, 8 de novembro de 2015

Parabéns a ela

 Hoje Marie Curie, cientista polonesa, pioneira nas pesquisas sobre radioatividade, faria 148 anos.
Foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel, repetindo o feito pela segunda vez.

                                Karla Julia

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GARÇOM, O VINHO NÃO ESTÁ BOM!

Valho-me de aprendizagem recente, lograda com a experiência dos sommeliers da Bodega Garzón no Uruguai, e dos conselhos de uma edição da Revista Adega, para destacar alguns elementos a respeito do consumo dos vinhos, sobretudo quando se percebe depois de aberta a garrafa e dado o primeiro gole, que algo não está bem com o seu conteúdo. Como identificá-lo, sem cometer gafes ou exageros?
                                                                       

Hoje em dia é raro encontrar um vinho em mal estado, considerando os distintos controles dos atributos que o caracterizam. Os avanços da tecnologia, o enfoque mais científico em todas as etapas de produção e os diversos certificados de qualidade fizeram com que a elaboração vinícola se tornasse um processo bem mais controlado. Ademais, tornam-se evidentes os investimentos em inovação e pesquisa nessa área, diante do rigor com que o mercado se comporta, cada vez mais exigente, associado à influencia que sobre ele exercem a mídia, os críticos especializados e os degustadores profissionais.

Um produtor consciente e sensato não pode hoje se arriscar a colocar à disposição do consumo público um vinho imperfeito, quanto ao sabor e ao aroma. Em casos extremos, há o perigo, inclusive, de ele perder toda uma safra anual de trabalho, além dos inevitáveis arranhões no nome da marca que pode levar anos para serem reparados. 

Evidentemente, nos dias atuais, ao deparar-se com esse tipo de desventura em algum restaurante, o consumidor estará diante de um problema que só é capaz de se reproduzir na proporção de uma para cada cem possibilidades. Mas tudo pode acontecer. E ele tem de estar atento, muito bem informado, para saber quando um possível ‘defeito’ realmente o é, ou quando, presente de forma sutil, sobretudo nos vinhos de décadas passadas, esse ‘defeito’ aparente pode não ser interpretado como um demérito, mas como uma qualidade própria da bebida, por mais contraditório que isto possa parecer. Sugerem-se, portanto, algumas pistas para identificar esses possíveis ‘desdouros’ do vinho, que o tornariam intragável para o senso comum e majoritário.

Geralmente, a causa primeira da contaminação vinícola é a rolha, através de uma bactéria chamada TRICLOROANISOL ou TCA. Ela prolifera na tampa da garrafa e ocasiona cheiro e paladar pronunciados de cortiça, um persistente odor de madeira apodrecida e gosto de papelão molhado, mofado. A degradação provém dos fenóis da rolha em conjugação com as partículas de cloro dissolvidas no ar. Este, sem dúvida, é um dos problemas que surge mais frequentemente nos vinhos mal conservados, em se tratando de temperatura e umidade. Ademais, a própria rolha de cortiça, mal fabricada, pode ser responsável pelo início desse processo inibidor do consumo. Bastante embaraçoso, o problema dos chamados ‘vins bouchonnés’ (goût de bouchon) atinge 5% dos exemplares no mercado mundial, o que equivale a nada menos que um milhão de recipientes por ano.

Mas há episódios mais indigestos, que podem contaminar de forma irreversível qualquer repasto fora de casa. Quando se reconhecem odores mais desagradáveis no vinho, como os de cebola, alho, repolho ou, segundo os que mais conhecem, de gambá, é certo que se está diante de um caso mais grave e até perigoso (aroma de redução). Supõe-se que o conteúdo sofreu a influência indesejável do SULFETO DE HIDROGÊNIO, em razão do uso excessivo ou inadequado de fungicidas nos vinhedos originários.Tecnicamente, certas leveduras, diante de condições extremas de carência de nutrientes, passam a se alimentar de aminoácidos que contêm enxofre, produzindo estes compostos indesejáveis. A percepção humana do composto principal, chamado de ácido sulfídrico, dá-se pela associação imediata a gás de cozinha, ovos podres ou carne em decomposição. Uma verdadeira tragédia.

Outro possível ‘defeito’ que se produz ainda nos vinhedos pode ser também notado no momento de abrir uma garrafa de vinho, quando se percebe um odor adstringente, associado a currais, esterco, bacon e até suor.  Nesses casos, o consumidor se encontra diante de um exemplar que foi certamente modificado pelo fungo BRETTANOMYCES (Brett), muito importante na fabricação de cervejas, já que é resistente ao etanol, mas que nos vinhos pode operar desacertos na fase final da fermentação. Encontra predisposição especial para agir em conteúdos com baixa acidez e pouco teor alcoólico. Indica também o uso sem cotrole de fungicidas, particularmente nos exemplares de uvas tintas. Contudo, vale recordar que, para alguns apreciadores, esse desajuste nem sempre é considerado tão grave, já que atribuiria caráter e personalidade a certos vinhos tintos, como o célebre Château Musar, libanês de grande tradição e estilo. Um aborrecimento moderado, portanto, a depender do nível de exigência.

Quando o vinho apresenta cheiro de cola, acetona, laca ou solvente, a mácula estará por certo vinculada a outra nítida imperícia ou negligência no momento da fermentação alcoólica natural, por conta de temperaturas demasiado altas às quais a bebida é submetida.  Isto condena a desejada perfeição do vinho por excesso de ÁCIDO ACÉTICO, o componente volátil mais importante da bebida. É o que se chamaria de vinho ‘avinagrado’, que pode ser resultante da utilização de uvas em mau estado sanitário, reservatórios mal higienizados (os de aço inoxidável diminuem o risco) e, principalmente, do errôneo armazenamento vertical das embalagens, já que a rolha, permeável ao ar, ganha porosidade quando a garrafa está sem contato com o vinho, facilitando a formação de bactérias que poderão atacar o conteúdo. Um problema que pode afetar tanto vinhos tintos quanto brancos. Todo cuidado é pouco.

Se um vinho jovem tem contato excessivo com o oxigênio, durante o traslado de um barril para outro ou na etapa do engarrafamento, é muito possível que gere o odor inapropriado de maças podres ou rançosas.  Mas muitas vezes esse efeito é gerado na seara doméstica, pelo próprio consumidor que se torna responsável pelo problema, esquecendo a embalagem aberta durante dias sem respeitar o período adequado para o consumo. Conforme os entendidos, depois de abertas, as garrafas devem ser guardadas na geladeira por tempo determinado: as de espumantes, de 1 a 3 dias, com vedação apropriada; de brancos maduros, de 3 a 5 dias, tapados com rolha; de tintos, de 3 a 5 dias, tapados com rolha; e de rosados, de 5 a 7 dias, tapados com rolha.
                                   
                                      
Com relação aos exemplares tintos, um dos cheiros mais comuns que se detecta ao abrir certas garrafas é aquele associado às pipas de madeira onde repousaram, o que não se confunde com a sutileza “amadeirada” dos grandes exemplares. Trata-se de um ‘defeito’ que está vinculado à falta de higiene das barricas de armazenamento, gerando inclusive odor a mofo ou terra úmida. Problema que o produtor eliminaria facilmente com o esvaziamento completo dos barris, lavando-os com água morna e carbonato de sódio antes de sua reutilização (depois de no máximo três utilizações, as pipas de madeira deveriam ser descartadas e substituídas, conforme a praxe).

Se o consumidor identifica um forte odor forte de carvalho, nozes e compota de frutas, ou se o aspecto visual do tinto apresenta um tom marrom alaranjado, quase da cor de ladrilho (dourado acastanhado, demasiado escuro, no caso dos brancos), soam os alarmes degustativos que indicam estar ele diante de um vinho que sofre de OXIDAÇÃO, também pelo mau armazenamento, já que o oxigênio atua como catalisador de uma série de reações indesejáveis e por vezes irreversíveis. Nesse caso, que se ressaltem as notáveis características intrínsecas do Jerez (Xérèz ou Sherry) e do Vinho da Madeira, fortificados e licorosos, nos quais a oxidação controlada é uma virtude. 

Frente a qualquer destas reais desventuras ou azares, portanto, nada resta a fazer senão solicitar a abertura de outra garrafa, o que um restaurante de categoria se apressará em cumprir sem delongas, a fim de manter a qualidade do que oferece.
Mas se há outro fator que desequilibra o pleno desfrute de um bom vinho, este deriva da temperatura com a qual é servido. Não há o que discutir. Para cada tipo há uma temperatura ideal, a fim de que ofereça ao paladar todas as suas qualidades intrínsecas. Para a satisfação dos mais exigentes existem hoje vários acessórios específicos, até digitais, que permitem determinar com precisão se o vinho a consumir se encontra dentro dos limites inferiores ou superiores para cada tipologia.

Para a maioria dos vinhos brancos sabe-se que a temperatura apropriada de armazenamento é a mesma que se exige de maneira ideal para o consumo. Deve oscilar entre 10º e 14ºC.  Os brancos jovens, frescos e aromáticos, podem ser servidos na previsão mínima, e os menos aromáticos a 12ºC. De outra parte, os vinhos brancos maduros, produtos de alguns anos de engarrafamento, suportam temperaturas mais altas e podem ser oferecidos e consumidos no limite de 14ºC.

Note-se que, segundo os especialistas, o refrigerador é considerado um meio muito ineficaz para esfriar o vinho, simplesmente porque o ar é ótimo isolante térmico. O método mais eficiente seria o da imersão completa da garrafa em água com gelo, já que a substância líquida formada por hidrogênio e oxigênio (H2O) constitui-se no condutor perfeito, tendo sempre presente que cubos de gelo derretem rápido a depender do ambiente.

Nesse sentido, seria necessário identificar um balde que seja suficientemente profundo para submergir a garrafa inteira. De outra forma, o certo é colocar primeiro o pescoço e depois dar volta na garrafa, para que o processo no balde se realize de forma integral. Transcorridos de oito a dez minutos, a água gelada permitirá reduzir a temperatura da garrafa de 18º para 13ºC. Na geladeira essa operação levaria uma hora, para se lograr o mesmo resultado.

                                                                    

Há que se desmistificar também alguns aprendizados em relação aos vinhos tintos, já que se acredita erroneamente que a temperatura ambiente é a norma tradicional para o seu consumo. Isto seria verdade nos países de clima frio e não, certamente, nos trópicos. Submetidos a 20ºC ou mais de temperatura exterior alguns tintos poderiam perder sua garra e as virtudes refrescantes que o devem caracterizar.

Assim, a temperatura de serviço para os tintos jovens, com poucos taninos, rondaria entre 14º e 16ºC, enquanto a ideal para os exemplares com mais corpo e com taninos mais acentuados poderia chegar até os 18ºC. Os tintos envelhecidos, contudo, chamados ‘de excelência’ pelo número de anos na garrafa, extremamente encorpados, admitiriam ser consumidos a 18º e, excepcionalmente, até a 20ºC.

Nesse sentido, o método mais apropriado para que estes últimos alcancem a temperatura correta, sobretudo em lugares de climas mais frios, seria a submersão da garrafa em água quente a 21ºC, de oito a dez minutos, para subir a temperatura dos 13º aos 18ºC, pelo menos. Alguns preferem envolver a garrafa com um guardanapo grande de pano, quase ensopado de água fervendo (processo chamado de ‘chambrer un vin’). Caso necessário, a depender do tipo de tinto, o processo será o inverso: submergi-lo em água gelada para lograr diminuir-lhe a temperatura. Nesses casos, é sempre pudente realizar uma ou outra operação antes de decantá-los.
                                                                     

E atenção: nos vinhos, cristais e borras não são necessariamente ‘defeitos’. Associados ao TARTARATO ou às ANTOCIANINAS, os sedimentos podem em geral indicar processo de estabilização leve, tanto em tintos quanto em brancos. O vinho tem um curso normal de envelhecimento e maturaçãoEsses resíduos naturais, portanto, decorrem de reações químicas constantes e revelam nada mais do que a evolução de certas bebidas fortificadas em garrafa, sem riscos ao consumo depois de devidamente filtradas e decantadas. Que o digam alguns Oportos, sobretudo os Vintages com 10, 20, 30 anos.

Finalmente, não há que se deixar impressionar demasiado pelas polêmicas em torno desse assunto. Sobretudo quando se imagina a hipótese de fazer uso de todos os recursos hoje disponíveis para a produção de um vinho sem quaisquer ‘defeitos’. Do contrário, estaríamos falando de bebidas fermentadas, padronizadas e quase pasteurizadas. Ou seja, falando de vinhos que, devido a um intenso tratamento e manipulação, perderiam seu senso de ‘terroir’ e não transmitiriam nenhuma característica do trabalho e até da filosofia do seu produtor.


Assim sendo, talvez os pequenos ‘defeitos’ aproximem os produtos vinícolas de uma condição mais humana, falível por natureza e, às vezes, interpretados até como destacadas qualidades. Atentos, pois, às gafes, aos mal-entendidos e aos excessos, tanto apreciativos quanto depreciativos. Tudo com a devida informação, senso de oportunidade e de proporção no julgamento. O garçom, certamente, nunca é o culpado.


                                        Silvio Assumpção

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