terça-feira, 30 de junho de 2015

Um japa de respeito em Paris

       Paris sempre nos reserva surpresas.
Principalmente em se tratando de gastronomia.
Numa mesma rua, bem próximo à praça de la Madeleine,dividindo a mesma calçada, estão dois restaurantes, totalmente diferentes mas não menos interessantes. Um deles é o japa ," Orient Extrême" e o outro o " Savy" .
Hoje vamos nos concentrar no primeiro ,  sempre lotado devido a inúmeras virtudes:
- ambiente acolhedor
                   - uma atmosfera de requinte mas acolhedora, isso é tudo de bom
                   -comida de primeira ( considerado um dos salmões  mais frescos de Paris        
 -serviço impecável
                                                                      
                   
                Não se esqueça de reservar antes, pois fica sempre lotado.
                      Orient Extrême :21, rue Baillard       



 artigo e foto
 Karla Julia

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segunda-feira, 29 de junho de 2015

DICA DE SÉRIE :" Mr.Selfridge"


Essa série inglesa descreve com perfeição
a criação a loja de departamentos Selfridge, no início do se.XX.
A partir de seu criador Harry Gordon Selfridge,
 um homem visionário, que criou vários dos ícones
e arranjos de uma loja de departamentos,
cria - se uma rede relacionamentos
que prendem o espectador desde o início.
Fica aí a dica para os já saudosos do estilo  "Downton Abbey " de série,
que irá se encerrar na próxima temporada.

 confira no trailer abaixo

 o
     
                                                                     

  Karla Julia

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Vamos começar a semana com uma dose de poesia, meus amigos queridos

Réquiem


Se a noite fosse infinda
andaria na areia,
pés descalços,
ao sopro da brisa marinha
sem pensar em nada demais.


Mas sua topografia me desatina
e como sou dada a delicadezas
não me diga doces palavras,
nunca mais.

Os minutos passam e minha vida se esvai.
Ah, se essa noite fosse minha,
decifraria os gemidos dos amantes
e com eles faria meu réquiem.


 Karla Julia

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DICA DE DOCUMENTÁRIO: "Cartier- La Petite Boîte Rouge"

DICA DE DOCUMENTÁRIO: "Cartier- La Petite Boîte Rouge"
 
Dirigido por Minou Azoulai e Marie Brand.
Um documentário que explica toda a história da Maison Cartier, que caminha lado a lado com as histórias da França e da Arte!
...
Parafraseando Jean Cocteau, Cartier
é um mago sutil que mantém a lua em fragmentos sobre fios do sol.
Estamos na Paris1850, épica de Napoleão III e Eugénie de Montijo.
Louis- François Cartier possui uma loja de "bijoux"(termo genérico)da época.Mas o que todos os que trabalham em seu " métier"querem é tornarem - se os fornecedores das jóias reais.
E é o que vai acontecer em 1848 com Louis Cartier, seu filho.
Aí começa entra em cena a palavra"Joalheria" . Foi um dos primeiros a utilizar a platina na fabricação das jóias, podendo fazer jóias finíssimas, belíssima mente cravadas com lindos brilhantes.
É quando a família de Eduardo VII, da Inglaterra, para sua coração, lhe encomenda 17 jóias.
À partir de então, ele rapidamente se torna fornecedor oficial de 24 famílias reais européias!
O relógio de pulso foi inventado por Loius Cartier para Santos Dumont que era seu amigo, cansado de tirar seu relógio de bolso durante o voo.
E assim o sucesso dessa casa continua até hoje, adaptando - se à passagem dos anos e renovando - se com muito gosto e refinamento.
 
Karla Julia
 
 

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Sobre tintas e pintores

 A loja Sennelier em Paris,
 localizada no Quartier Latin,
 é a mais famosa no ramo de tintas para pintar quadros.
Foi lá que Picasso conseguiu que o próprio dono
 inventasse alguns tons pastéis para suas pinturas.
Karla Julia
                                                                               


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Lacan e a posteridade

Lacan adorava citar Raymond Queneau.
Ele nunca, mas nunca falava de seu passado. Para Lacan, o importante era o presente.
Tanto que um de seus poemas preferidos era esse abaixo, de Queneau, bien sûr, 
 
"Poema para a Posteridade "-Raymond Queneau -
Tradução :  Karla Julia
...
"Esta noite,
e se eu escrevesse um poema para a posteridade?
Nossa!Que grande idéia
Eu me sinto confiante
Vamos lá!
E para a posteridade, digo:
Merda! Merda de novo!
E Merda mais uma vez!
Sem sombra de dúvida,
enganei a posteridade,
que esperava seu poema.
Está bem"
 
Jacques Lacan
 
 

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Haicai

Di Trevi
 
Não procure pela fonte
deixe que ela
simplesmente o encontre.
                                                                               
                                                                                

     Foto do filme "La Dolce Vita"de Federico Fellini "
                                                                              
                                                                         Karla Julia

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domingo, 28 de junho de 2015

Do Impressionismo



Os impressionistas, com suas pinceladas
e rejeitando o rigor do academicismo anterior,
retrataram como nenhum outro movimento, a moda de seu tempo.
Podíamos até perceber o tipo de tecido que era usado,
se era algodão, ou seda.
Eles, que descreviam cenas quotidianas, gente comum,
souberam nos transmitir os costumes e a moda da época com uma habilidade impressionante.
                                    
                                     
                                             
                                                                                     
 

                                                                           

                                                                           

                                                                  fotos e artigo
                                                                      Karla Julia

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Haicai

abro meu caminho
feito de sonhos e pedras
 driblo bem as feras
 
Karla Julia
 

 

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Sobre Pablo Ruiz Picasso


Mais do que qualquer artista do século XX, Picasso se inspirava em seus relacionamentos para criar sua arte.
Segundo Giacometti: -"Basta ele tocar em algo, para virar uma obra de arte."
 
 
 
                                                      Sobre Picasso e o amor :
  Dora Maar (1907-1997). Nasceu em Tours, na França, descendente de croatas.
  Foi fotógrafa, poeta e musa de Picasso.
                                                                       
                                                                    

  Seu verdadeiro nome era Henriette Teodora Markovich
  Na tela abaixo, vemos umas das telas inspiradas nela. "Retrato de Dora Maar".
                                                                           

                                                                                                 
  Foi conhecida por ter sido a mais bela e a mais culta das amantes de a Picasso.
 
Karla Julia
 

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Bilhete do dia


                                       
Sempre ele!

                                                                           

" A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo."
                                                                Oscar Wilde


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DICA DE PROGRANA DE ENTREVISTA :THE GRAHAN NORTON SHOW

                                                                   É na BBC

                                                       
                                                             Simply the best!

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sábado, 27 de junho de 2015

MAGMA - I -

Da série MAGMA do meu livro "ALMA NUA ",
DESEMBRO DE 2012
 
 
 
 
Karla Julia
 

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sexta-feira, 26 de junho de 2015

Grandes Vinhos da Toscana- II-

-II-
Solaia

                                                                   foto: Karla Julia
                                      
                           
  Poderíamos fazer uma comparação: O vinho Chianti clássico Badia a Passignano e o Villa Antinori fossem afrescos renascentistas, o Salaia seria uma tela contemporânea. as vinhas do Solaia ficam exatamente ao lado do Tignanello, próximo a Mercatale Val de Persa, uma região do Chianti Clássico.
  Ele provou ao mundo que as uvas internacionais como o Cabernet Sauvignon e o Cabernet Franc, de origem francesa, mas hoje em dia, cultivadas em vários vinhedos do mundo, poderiam dar à luz a um produto com forte identidade do "terroir", enfim, um vinho único.
A uva vindimada em 1997 em Solaia e apresentada ao mundo em 2000 seria , naquele mesmo ano, o primeiro vinho italiano a ocupar o degrau mais alto da classificação da Wine Spectator.
Até hoje o Solaia é considerado o vinho mais requintado das vinícolas Antinori.


                                                        Karla Julia                                           

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Gardel- Mitologias de um gênio bastardo - 2° parte

2° parte
por Silvio Assumpção


Há quem diga que o músico se alojou na estância de Juan ‘Cielito’ Traverso, que o ajudara no início da carreira em Abasto. O amigo se havia refugiado em Tacuarembó desde 1904, fugindo da justiça por esfaquear o filho de uma família endinheirada. Lá se dedicava a gerenciar 'casas de baile', assessorado pela concubina Amanda Escayola, nada menos do que uma sobrinha do coronel Carlos Escayola, uma eventual prima de Gardel.


Afirma-se, portanto, que as respostas pelo interesse do artista estariam ligadas aos mais elementares motivos sentimentais de um homem que 'sintió su pago' de forma explícita, conhecido que era nos meios locais como el Zorzal oriental. Agregue-se que ele próprio gostava de alimentar a rivalidade rioplatense, tendo afirmado várias vezes: "Meu coração é argentino, mas minha alma é uruguaia".


E há outros argumentos de que se utilizam os uruguaios para reforçar a tese. Por exemplo, existe una cartilha militar oficial com foto de Gardel emitida pela Argentina em 1927, onde se lê: 'Nacido el 11 de diciembre de 1887 en Tacuarembó, República Oriental del Uruguay ', o que corroboraria as múltiplas manifestações do cantor, ao longo da vida, em favor de uma propaganda ostensiva em torno de sua ascendência uruguaia.


Outro fato: em 13 de julho de 1930, em entrevista a um jornal de Montevidéu, o também chamado Morocho del Abastoassegurou de forma clara ser de Tacuarembó. Três anos mais tarde, outro jornal de Paysandú recolheu dele uma nova declaração, tida como mais categórica: 'Un artista, un hombre de ciencia, no tiene nacionalidad; un cantor tampoco, es de todos y su patria es donde oye aplausos. Pero ya que insisten: soy uruguayo, nacido en Tacuarembó.'


Como confirmam quase todos os investigadores sérios, depois de o talCarlitos se utilizar de vários sobrenomes no início da vida adulta, como Gardes, Gorderes, Gardens, Garderes e Gorders, gerando confusões quase intransponíveis para os que buscam identificar-lhe as origens, desde 1910 ele assume ser 'Gardel'. Sentiu que uma melhor fonia artística se revelava pela substituição no sobrenome do 'S'  final pelo 'L', o que se concretizou com os primeiros registros fonográficos que o imortalizariam a partir de 1912. Dez anos depois, com pouco mais de trinta anos, opta por documentar-se no Uruguai e assumir a condição de tacuaremboense.

                                                        Silvio Assumpção

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Dica de Livro: "A Hora da História"

 
E mais uma vez minha escritora contemporânea preferida,
a indiana Thrity Umrigar, nos proporciona um livro com "Toda a Doçura do Mundo"
( título de um de seus livros anteriores).
Uma intensa narrativa sobre imigração, sobre afetos e sobre isolamento.
Sobre como uma terapeuta pode ajudar a si mesma tanto quanto sua paciente.
Gosto da linguagem extremamente sensível dessa autora. Ela encarna a alma indiana com toda  sua sutileza e ternura. Leiam esse trecho do romance:
"Tenho vontade de responder; É por isso que eu faz suicídio. Porque você vem visitar na sexta-feira, sábado, domingo e home e em nenhuma vez você diz meu nome. Nem uma vez você toca em mim ou fiz uma palavra boa. Vejo você olhar para uma galinha com manteiga no restaurante com mais amor do que você olha para mim...."
 
Uma leitura deliciosa, amorosa, intensa, densa e delicada.
 
Karla Julia
 
 
 

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quarta-feira, 24 de junho de 2015

Gardel -Mitologias de um gênio Bastardo - 1° parte


Mitologias de um gênio bastardo

1° Parte

por Silvio Assumpção

       



Com o título acima, o jovem professor e escritor Valentín Trujillo lançou recentemente, nos meios de imprensa uruguaios, novas luzes sobre a vida do maior expoente do chamado tango-canción, cuja memória é majoritariamente associada ao típico ambiente porteño. Um homem nascido presumidamente na França, que tomou a Argentina como país de adoção, imortalizando-a com o insuperável "Mi Buenos Aires querido ".


Referindo-se à grande Voz do Tango e ao ano de 2015, o também jornalista Trujillo assinala com propriedade que as datas cíclicas tendem a se parecer, mas às vezes o almanaque se alinha e forma cifras redondas, tão simbólicas quanto significativas.


De fato, o mês de junho é especialmente caro para os amantes do tango. No ano em curso esse interesse se manifesta de maneira imperiosa, uma vez que se cultua de modo muito particular, na Festa de São João, a memória de Carlos Gardel, esse personagem único que faleceu às 15h05min do dia 24 de junho em um inusitado acidente aéreo, há exatos oitenta anos, no Aeropuerto Olaya Herrera da cidade de Medellín, a segunda mais importante da Colômbia. Com o Zorzal Criollo morreram prematuramente em 1935 outras dezessete pessoas, entre elas grandes expoentes do tango, como o compositor e parceiro Alfredo Le Pera e os guitarristas Guillermo Barbieri e Ángel Domingo Riverol.


A tragédia materializou-se pelo choque em terra da aeronave em que viajava Gardel com outra que estava na cabeceira da pista, esquentando motores para decolar. Embora as características tenham conferido à sua morte caráter legendário, as causas reais do acidente nunca foram satisfatoriamente esclarecidas, dando curso a uma série de especulações, como a de que Gardel perdera o controle e houvera disparado ao piloto do Ford F-31 da empresa SACO, momentos depois de ter sido acusado por ele de ser homossexual. Falou-se também de uma bala perdida, disparada ao ensejo de uma riña entre Gardel e Le Pera. Atingido o vidro frontal do avião e impedida a decolagem, o piloto do F-31, ao constatar o choque iminente com a outra aeronave, um Ford F-11 de SCADTA, teria disparado contra a própria cabeça para evitar morrer calcinado, perdendo assim o controle da situação. Nada, porém, pôde ser comprovado, em razão do falecimento de quase todos os ocupantes de ambos os aparelhos. Junto ao corpo do cantor, queimadas nas bordas, se encontraram as partituras originais de Cuesta 


Curiosamente, no ano atual se comemora também o centenário da primeira viagem de Gardel ao exterior e o seu début artístico no Uruguai, onde se apresentou em 1915 ao lado do compositor e cantor oriental José ‘Pepe' Razzano. Este formou com o Morochoum dueto que se fez célebre entre 1911 e 1925, ano em que Razzano, por problemas vocais, abandonou o canto. Desfeita a dupla, Razzano continuou a ser o representante artístico de Gardel na Banda Oriental do Rio da Prata até 1933. Esteve ao lado dele, portanto, na estreia dos cenários boêmios de Montevidéu, apresentando-se ambos, como “artistas uruguaios”, provavelmente no sempre reconhecido bar Fun Fun, que foi fundado em 1895 e está até hoje em atividade.


Por tudo isso, renova-se nesta época, tanto na Argentina quanto particularmente em Tacuarembó, no Uruguai, a tradicional Semana Gardeliana, que contribui todos os anos para imortalizar a memória do grande artista. Precisamente na região interiorana que os uruguaios consideram ser o verdadeiro lugar de nascimento de Carlitos, para orgulho nacional.


Essa disputa antiga e sempre controversa entre os historiadores, que na verdade nasceu sob a inspiração de um esboço de tango quase trinta anos depois do acidente aéreo de 1935, recebeu o contributo recente da investigadora Martina Iñiguez, uma das principais especialistas em Gardelogia. Curiosamente, trata-se de uma argentina, contrariando de forma categórica os compatriotas aguerridos, que sempre insistiram na nacionalidade francesa da Voz del Tango e se recusam há anos a autorizar a exumação de seu corpo para os exames de DNA que supostamente comprovariam os vínculos inalienáveis com o Uruguai.


Entre outros méritos, a escritora e letrista argentina, que se dedica ao tema desde 1960 e é autora do ensaio 'Carlos Gardel': sua biografía oculta, entre 1846 y 1912'”,conseguiu descobrir e identificar uma fotografia do menino Carlos em uma escola da antiga calle Médanos, atual Barrios Amorín, no Barrio Sur de Montevidéu.


Esse achado tem um especial significado. Iñiguez, como muitos gardeólogos uruguaios, é defensora da tese que aponta a existência de dois meninos vinculados à vida da bailarina francesa Berthe Gardés: por um lado, Carlos, filho bastardo do fazendeiro Carlos Escayola, e Charles Romuald Gardés, filho legítimo da própria Berthe. Este último teria sido concebido no Uruguai quando ela trabalhava em um cabaré de Minas de Corrales, e terminou por nascer em Toulouse, no regresso da mãe, ainda grávida, ao seu país de origem. Por essa razão é que existe uma certidão de nascimento que documenta a Charles Gardés como nascido na França, em 11 de dezembro de 1890, no Hospital de La Grave, filho de pai desconhecido,sendo este o principal argumento daqueles que sustentam a sua nacionalidade francesa.

Ao destapar novamente a “caixa de Pandora”, o que Martina Iñiguez tenta demonstrar, de forma taxativa, é que o uruguaio Carlos Gardel e o francês Charles Gardés foram duas pessoas diferentes. Fruto de uma relação ilegal entre María Lelia Oliva e Carlos Escayola, chefe militar y político de Tacuarembó, que não reconheceu a paternidade da criança, o primeiro acabou supostamente entregue aos cuidados de Berthe Gardés como enteado.


Pelo que parece, a mulher havia estado em um primeiro momento no Uruguai onde recebeu para criar, por imposição do velho coronel, o menino Carlos, e em seguida viajou de novo a Toulouse onde deu a luz a Charles Romuald Gardés, seu único filho biológico. Depois emigraram juntos para a Argentina e estabeleceram-se no país vizinho. A chamada “versão francesa”, portanto, situa Berthe Gardés como genitora biológica de Gardel, enquanto a “versão uruguaia” a considera apenas sua mãe adotiva. Não se sabe, inclusive, que fim levou o menino Charles, se morreu ou se voltou oportunamente à França para cumprir as obrigações militares de todo francês.


O trabalho de Iñiguez, que será apresentado em Montevidéu esta semana e logo lançado em Tacuarembó, promete introduzir ao caso mais uma forte polêmica, considerado que é pelos especialistas como uma investigação muito potente e documentada, que resgata elementos fidedignos e probatórios da “teoria uruguaia”.


Reforçaria esse entendimento o livro 'El Padre de Gardel', surgido em 2012, da autoria dos pesquisadores franceses Georges Galopa y Monique Ruffie, associados ao argentino Juan Carlos Estebán. A obra literária foi transformada em filme pelo cineasta uruguaio Ricardo Casas em 2014, tendo ele realizado uma minuciosa investigação sobre a vida do coronel Escayola e de sua família de origem catalã, com entrevistas e imagens realizadas na Espanha. No documentário, Casas ressalta essencialmente que a carreira de Carlos Gardel é pública e notória; porém, muito mais que sua voz inconfundível, o que sempre intrigou a todos foi sua origem.


Em 'El Padre de Gardel' busca-se, portanto, por meio de depoimentos e registros históricos, determinar não apenas sua nacionalidade, mas a sua verdadeira família. Uma oportunidade de romper o silêncio profundo sobre esse eterno mistério e, sobretudo, sobre as idiossincrasias culturais da sociedade rio platense que insiste em querer ocultar seu passado, suas raízes caudillescas com rasgos de hipocrisia. Uma sociedade que parece não se importar em deixar, sem a identidade devida, um homem considerado bastardo, filho de um escândalo, cujo cerne estava no comportamento amoral de um controvertido chefe político, frequentador de lupanares, ao qual se atribuem 50 filhos naturais, além dos 14 que teve com as três irmãs Oliva, esposas ante a lei e a Igreja.


Com narrativa considerada linear e até sem inovações, o filme torna-se mais interessante a partir do momento em que Gardel aparece na tela, constatando afinal, por meio de gravações e documentos vários, sua ligação com o fazendeiro Carlos Escayola que mandava e desmandava na pequena cidade uruguaia de Tacuarembó em fins do Século XIX.


Pelo filme se confirma que Escayola teve três esposas e todas eram irmãs. Conhecido também por suas várias amantes, o fazendeiro teve um filho bastardo que, obviamente, acabaria por ser Carlos Gardel. Ao fim da película, como um dos entrevistados afirma, chega a ser curioso constatar que Escayola não queria que ninguém tomasse conhecimento daquele filho ilegítimo, entre os vários, o qual acabou por se tornar uma das figuras mais famosas e emblemáticas das artes cênicas mundiais.


E tais são as afinidades históricas que, em 2015, justamente a cidade espanhola de Sabadell, a poucos quilômetros ao norte de Barcelona, de onde saiu Escayola para o Uruguai, será um dos muitos lugares do mundo que neste dia 24 de junho recordarão o grande artista.

Mas os "uruguaistas" se defendem com outros documentos. A principal prova seria uma manifestação do próprio Gardel, que em 1920 confirmou oficialmente que nascera na localidade de Valle Edén, Tacuarembó, sendo 'hijo' de Carlos Escayola y de María Lelia Oliva, ambos 'fallecidos', segundo suas declarações ao Registro Civil para a obtenção de uma cédula de identidade uruguaia.




Carlos Arezo, atual Diretor Geral de Cultura da Intendência de Tacuarembó, organizador da Semana Gardeliana no Uruguai e compilador do recente livro 'Gardel es uruguayo', constituído este de vários artigos sobre a autenticidade do nascimento oriental do artista, considera inclusive que aquele documento é absolutamente fundamental, porque ali Gardel regularizou sua situação pessoal, já que era há vários anos um “indocumentado". Ademais, segundo Arezo, várias vezes Gardel manifestou à imprensa da época que era uruguaio. Essas referências resultaram, sobretudo, das pesquisas pioneiras realizadas pelo investigador uruguaio Erasmo Silva Cabrera, no início da década de 1960, em cujo trabalho de 1967, 'Carlos Gardel: el gran desconocido', se inspira agora a argentina Martina Iñiguez.


Essa nova biografia oculta do cantor, portanto, promete selar “a toda luz” perante o mundo a sua verdadeira origem uruguaia. Segue no bojo de várias obras literárias que, ao longo dos últimos anos, enfocaram o assunto depois da morte de Berthe Gardés em 1943. Entre elas, destacam-se a de Federico Silva, intitulada “Informe sobre Gardel” (1971), a de Blas Matamoro, denominada 'Carlos Gardel' (1971), a de Eduardo Paysée González com 'Gardel: artista, mito y hombre'(1995), a de María Selva Ortiz, denominada 'El Silencio de Tacuarembó' (1995), e a do colombiano Horacio Vázquez-Rial em 2001, intitulada 'Las dos muertes de Gardel'.


Mas os argentinos que defendem a “tese francesa” acusam aquele documento de 1920 de apócrifo e conjuntural, com ares de falsificação, já que Gardel, como suposto cidadão francês, era passível de ser recrutado para lutar nas duas guerras que se sucederam na Europa. Pressionado pela situação, teria afirmado ser uruguaio, embora mais tarde, em 7 de março de 1923,  tenha se naturalizado argentino. 

Segundo ainda os estudiosos porteños, a genitora de Charles Romuald Gardés, que seria o nome de batismo de Gardel, foi expulsa de casa pela família francesa por ser mãe solteira e fugiu com o filho para a Argentina, quando ele contava apenas dois anos e três meses. Tempos depois, na época da Grande Guerra, o cantor, como cidadão francês, deveria se apresentar ao consulado do país europeu em Buenos Aires para ser enviado ao campo de batalha. Sem nenhuma identificação com a França, Gardel ignorou a convocação e ficou em situação irregular, o que se tornou um problema quando sua fama alcançoustatus internacional e ele passou a receber convites para se apresentar no Velho Mundo.



Em 1920, o cantor teria resolvido o contratempo ao conseguir uma certidão de nascimento uruguaia, onde registrou o seu nome artístico: Carlos Gardel. Para corroborar essa teoria, os pesquisadores se valem de outro documento, o testamento feito por Gardel em 1933, divulgado depois de sua morte, onde Toulouse é citada como a cidade natal do cantor.


Ainda sobre o pai de Gardel, outro grande mistério que cerca a vida do cantor, a “versão francesa” aponta indícios sobre a sua real identidade. Seu nome seria Paul Jean Lassere, cidadão francês, que teria se casado seis anos depois da partida do filho ilegítimo para a Argentina e seria pai de duas outras filhas. De acordo com as investigações, dois anos depois do nascimento de Gardel, Lassere foi preso em Paris por roubo, cumprindo pena de dois anos.


Apesar de assentada entusiasticamente em 'El Padre de Gardel', na disputa pela paternidade dessa tese estiveram antes vários biógrafos, como Augusto Fernández, autor de 'Carlos Gardel por siempre' de 1973, Edmundo Eichelbaum, com seu livro 'Carlos Gardel' de 1985, e Edmundo Guibourg em 'Efígie de Carlos'. Estes e dezenas de outros títulos exaltaram o significado artístico do Francesito, como dizem era chamado o músico pelos seus contemporâneos de outrora. Aliás, um jovem que gastava muito dinheiro, se vestia como um dandy, amava as sedas e as joias, com dezenas de pares de smoking no guarda-roupa, o que nunca deixou de ser referido pelos detratores maldosos ao falar da sua sexualidade...


Pode afinal o Mago ter mentido sobre sua verdadeira nacionalidade? Isto talvez não importe. Para os uruguaios fanáticos, o fato é que Valle Edén era muito importante para Gardel, já que foi precisamente para lá, para os campos que supostamente o viram nascer, que ele retornou profundamente abatido, depois do atentado à bala que sofreu na saída do Palais de Glace de Buenos Aires, onde comemorava o próprio aniversário, no mesmo ano de 1915. Por que viria, afinal, precisamente a Tacuarembó? Que teria que fazer justamente ali?

                                           Silvio Assumpção

                                            (  Continua nos próximos dias  )

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domingo, 21 de junho de 2015

Meus artesanatos





Cachepot by Karla Julia

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Um dia

       Um dia

        A sua pele deve ser doce.
        Ini(cio) minha viagem de volta
        no seu abraço.
        É por lá que vou deixar meu cansaço.

        -toda uma vida-
         por um dia.

         O tantão de mar
         que mora em seu olhar
         vai derramar um tanto assim de mim.
         Nesse dia vou esbanjar minha feminilidade.
           
         É preciso devorar esse Narciso.

          Karla Julia

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sábado, 20 de junho de 2015

Pensamento do dia

Se não demorares demais, te esperarei por toda minha vida.
Oscar Wilde


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Um pedacinho de Paris no Rio de Janeiro

            Comer bem é uma arte. A aptidão dos cozinheiros da França sempre foi reconhecida.
            A palavra "menu", por exemplo, já era utilizada desde o século XVIII ( ela vem do latim "minutus", que quer dizer resumido, e não deve ser confundida com a palavra cardápio, ( carte), que quer dizer a lista de tudo que um restaurante oferece, por exemplo, o cardápio pode conter vários "menus" ou sugestões de refeiçoes ). Contudo, seu significado atual,  quer dizer, o que o restaurante propõe a seus clientes como refeição , só começou a ser realmente usada à partir de 1814.
             E existe um restaurante no Rio de Janeiro, cujo "menu' é elaborado com maestria pelas mãos do chef Pascal Jolly,"y compris" o cardápio. Cada vez que lá apareço há novidades, que além de serem um deleite para o paladar, são uma aula da boa culinária francesa.
             Falo do restaurante "Chez l' Ami Martin " no Fashion Mall, em São Conrado, que há pouco tempo foi citado no Guia Michelin, com toda justiça.
 
                                                     Karla Julia



Essas batatas me acompanham há anos!
     

Essa salada de figos e parmesão é de dar água na boca!

       

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sexta-feira, 19 de junho de 2015

Descubram Roma antiga pelo Google Earth




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quinta-feira, 18 de junho de 2015

Azeite

    O azeite era considerado uma dádiva dos deuses pelos egípcios.Os hebreus uniam seus Reis com o óleo de oliva.
     Seu nome vem do hebreu"zait" que passou para o árabe,"zaitun".
     Sua classificação é feita de acordo com seu  nível de acidez. A União Européia o classifica do seguinte modo: -extravirgem: provém de uma única
extração das olivas ( prensagem a frio). É verde escuro e seu nível de acidez é no máximo de 0,8%.
                               -virgem: provém de duas prensagens. Sua cor é verde médio e amarelo escuro e seu nível de acidez fica entre 0,8% e 2%.
                               -azeite de oliva: é uma mistura de óleo  virgem de oliva e de óleo de oliva refinado.Seu nível de acidez não deve ultrapassar 1%.
                                 -azeite de oliva virgem lampante: é destinado ao uso industrial na mistura com outros azeites e seu nível de,acidez é superior a 2%
                                 -azeite refinado: destinasse somente ao uso industrial. Nao pode ser vendido ao consumidor.



Karla Julia

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quarta-feira, 17 de junho de 2015

Sobre Giverny

Em 1883, Claude Monet, com 42 anos, muda-se para Giverny, sua nova casa. Ele conta:-" Estou felicissimo, Giverny é um lugar esplêndido para mim."











" Sinto muita dificuldade em deixar Giverny, sobretudo
agora, que arrumei a casa e o jardim como eu queria."
Claude Monet

"Um jardim de tons e cores, mais ainda do que de flores"
Marcel Proust












DICA DE PASSEIO: Giverny fica muito perto se Paris. Mas evite o inverno para não se decepcionar.

Karla Julia

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Haicai



sem poder falar
escrevo poemas sim
guardo o amor em mim.

Karla Julia

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Vejam isso!

O casal da capa do álbum Woodstock 
45 anos depois.E ainda estão juntos! 


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terça-feira, 16 de junho de 2015

50 tons

Não consegui passar da página 25 do primeiro volume. Mas confesso que o filme é ótimo. A trilha sonora então, é impecável, assim como o guarda-roupa de Mr.Grey.
Confiram no clipe abaixo.

Karla Julia



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Pensamento do dia

          " Aquilo que dizem de você, cultive!"
                       É o que você é."
                       Jean Cocteau

                Jean Cocteau, autoretrato

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segunda-feira, 15 de junho de 2015

Starry Night e uma navalhada

Aí estão: Van Gogh, num autoretrato e uma tela de Gauguin. Duas de suas obras lado a lado assim como os dois amigos ficaram naqueles tempos em Arles, dividindo o mesmo quarto.
Vocês irão me perguntar: Por que os  juntos? Bem, porque  eram amigos, assim como Toulouse Lautrec . Só que Lautrec recusou o convite de Van Gogh de morar com  ele em Arles, conhecendo o temperamento do amigo. Mas Gauguin aceitou, apos muita insistência.Mas acontece que nao aguentou a dificil convivência com Vincebt e parece que numa noitada de muito absinto , Van Gogh cortou sua orelha. 
Era comum, nas touradas,  quando o toureiro se saia bem, cortar uma orelha, do touro, já derrotado e jogava para o público. 
Vincent sabia que Gauguin já não queria mais ficar em Arles.  S vez cada Seu temperamento difícil , o absinto e fato de a cada dia tornar-se mais dependente do amigo .E a partida anunciada de Gauguin contribuiu para agravar seu estado deoressivo. essa Talvez a conversa (ou discussao) dessa noite tenha sido a gota d'água. 
O touro  foi abatido!

artigo e fotos: Karla Julia


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quinta-feira, 11 de junho de 2015

Que Seja Eterno

QUE SEJA ETERNO

Existe algo há tempos,
cujo aval é sentimento.
Faz o dia explodir em poesia
e me sentir curada
das queimaduras de sol passadas.

Existe algo há tempos:
um homem que entende de retornos.
Me dá colo gostoso, me faz rir alto,
encharcando nossas horas de dourado .

Meus dias se chamam compreensão,
recendendo a perfume de orquídeas

e me fazendo acreditar em milagres.

Karla Julia


Catedral, by Rodin






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segunda-feira, 8 de junho de 2015

Poême, um verdadeiro poème, com Juliette Binoche-

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segunda-feira, 1 de junho de 2015

Um pouco mais sobre Impressionismo

- Camille Pizarro
Um dos primeiros pintores impressionistas.Nasceu nas Ilhas Virgens. Quando foi para Paris, foi morar na rua Notre - Dame de Lorette, n°49.
Sua mãe também veio, para ficar de olho nele, bem como sua meia irmã com seus cinco filhos e a cozinheira,uma empregada e uma escrava.
Então vemos cinco mulheres, cinco crianças e ele.
Todos apertados num apartamento.
Era de se esperar que seus primeiros quadros fossem uma tentativa de fugir dessa situação.
Começou a pintar suas viagens de um dia pelos arredores da cidade.
 
Karla Julia 
 
 
" Os Pinheiros de Louveciennes "de Camille Pizarro

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